O 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, teve origem em Chicago, há 137 anos, quando se realizou uma jornada de luta pela redução do horário de trabalho para as oito horas, que foi reprimida com violência pelas autoridades dos Estados Unidos da América, que mataram dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais.
Há 50 anos, Portugal aderia pela primeira vez a este movimento, apenas uma semana após a revolução do 25 de Abril, com centenas de milhares de pessoas a saírem à rua mostrando a sua alegria e com exigências como 'direito à greve', 'fim da guerra já' ou 'regresso dos soldados', segundo as fotografias da época.
Hoje, o Dia do Trabalhador foi também comemorado em todo o país, com as centrais sindicais CGTP e UGT a promoverem manifestações e iniciativas pela valorização dos trabalhadores.
Em Lisboa, milhares de pessoas subiram a Avenida Almirante Reis, em Lisboa, a comemorar o dia do trabalhador, afirmando que “a luta continua” e que são precisos “mais salários e melhores pensões”.
Também vários partidos se fizeram presentes na caminhada que terminou na Fonte Luminosa, na Alameda: PS, BE, PCP e PAN defenderam aumentos salariais e melhores condições para os trabalhadores. Já no final, o secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, afirmou que Portugal tem “um Governo dos grupos económicos” e que é “urgente uma rutura” que faça o país crescer, para que todos consigam viver e trabalhar condignamente.
Por sua vez, em Vila Real, cerca de 250 pessoas juntaram-se na Praça do Município para comemorar o Dia do Trabalhador organizado pela UGT, que desta forma quis mostrar preocupação com o interior do país. Em declarações antes do comício, o secretário-geral, Mário Mourão, frisou que os sinais que chegam do governo da AD "não são muito animadores" e recusa a ideia de liberalização dos despedimentos. Por sua vez, defendeu também um “combate contínuo” à precariedade, recordando que esta “atinge os mais jovens”.
Como se celebrou este dia no estrangeiro?
- Centenas de pessoas saíram à rua em Londres para exigir uma melhoria dos direitos laborais a nível regional e mundial. Entre as reivindicações da organização, além da melhoria das condições de trabalho e do aumento do salário mínimo, estavam também a luta contra o racismo, a proteção do sistema de saúde e a exigência de um cessar-fogo em Gaza, cuja situação “chocou os cidadãos e deve mudar”.
- Palco de um dos mais históricos e icónicos desfiles do Dia do Trabalhador a nível mundial, Moscovo teve hoje como grande atração Leopards, Saxon e outros blindados de fabrico estrangeiro capturados na Ucrânia. Estiveram em exposição, no Parque da Vitória, 30 carros e outro material de combate capturados às Forças Armadas da Ucrânia, na ausência do tradicional desfile que conflui para a Praça Vermelha, juntando centenas de milhares de pessoas.
- Confrontos entre líderes de diversas forças de esquerda marcaram as primeiras manifestações sindicais do 1.º de Maio em França, com altercações isoladas em algumas cidades e reivindicações diversas, contra a reforma do seguro de desemprego ou por aumentos salariais. Em Paris, antes do início da manifestação, a polícia indicou que foram detidas 15 cidadãos nos controlos prévios que realizou a 478 pessoas, em particular para a procura de armas.
- A polícia turca deteve hoje cerca de 150 pessoas no âmbito dos protestos do Dia do Trabalhador em Istambul, recorrendo a gás lacrimogéneo para dispersar um grupo de manifestantes que tentou romper um cordão policial próximo da praça Taksim. O Governo local proibiu as manifestações do Dia do Trabalhador na zona central de Taksim, no distrito de Saraçhane, bloqueando todos os acessos à praça.
*Com Lusa
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