“A marca foi oficializada no final do ano passado e vai começar a aparecer nas prateleiras ainda no primeiro trimestre deste 2025”, afirmou Nuno Pereira, CEO a empresa com sede em Benvelhai, em Vila Flor, no distrito de Bragança.

Para alcançar este objetivo, a Cuga está a fazer um investimento a rondar os três milhões de euros.

Segundo o responsável, a nova marca tem a função de "trazer inovação e educar o mercado e os consumidores, para que percebam que há muitas categorias e espécies de cogumelos".

"O consumidor português não está tão habituado nem sabe muito bem como é que há de cozinhar os [cogumelos] mais exóticos, porventura”, explicou. E, por isso, a Cuga quer apostar numa “comunicação acessível e eficaz” para potenciar o consumo dos cogumelos e, para isso, as embalagens vão contar com instruções para melhor poder usufruir do cogumelo escolhido, também com receitas.

“O número de quilos de cogumelos consumidos por ano pelos portugueses é muito abaixo daquilo que poderia ser. Estamos a assumir o nosso papel (…). Em termos de cogumelo fresco por português, por ano, andamos à volta de um quilo. Por exemplo, os espanhóis estão a consumir mais de três quilos e os irlandeses, salvo erro, estão próximos dos sete quilos. Portanto, há aqui um trabalho muito interessante de dinamizar esta categoria (…)”, considerou o CEO da empresa, que espera deste modo também poder aumentar as vendas de cogumelo nacional.

Atualmente, detalhou Nuno Pereira, a tendência tem sido para importar mais cogumelos, sobretudo espanhóis. Os números, segundo disse, andam a rondar as 5.000 a 6.000 toneladas de produto estrangeiro por ano. Mas a Cuga quer fazer diferente.

“Aqui, o que nós queremos é ter uma marca portuguesa forte, que permita aos portugueses perceber que estão a consumir cogumelos portugueses de uma empresa portuguesa com responsabilidades sociais em Trás-os-Montes e no norte do país”, referiu.

O maior cliente da Cuga é a marca branca da grande distribuição. Nuno Pereira assegurou que essa relação é para manter. “Temos um trabalho que pode promover não só as vendas desses clientes, mas também trazer algo mais. Portanto, para além do produto com o nome das grandes insígnias, existirá também o nosso, com a marca Cuga, que será complementar”, clarificou.

A Cuga, antes Varandas de Sousa, passou por um processo de reestruturação que começou em 2020. Tem sede no concelho de Vila Flor e mais duas unidades, em Vila Real e Paredes (distrito do Porto). Atualmente, emprega 350 pessoas nas três fábricas.

Nuno Pereira garantiu que os colaboradores têm vindo a receber bónus salariais sem majorantes e podem contar ainda com bonificações de 1.000 euros mensais.

“(…) Somos uma empresa com muita mão de obra e trabalhos muito manuais. A estratégia tem de ser centralizada na qualidade da nossa mão de obra e na valorização das pessoas que temos a trabalhar connosco”, afirmou.

A produção anual da Cuga é de 4.500 toneladas, sendo a empresa responsável por 80 a 85% de toda a produção de Portugal.