“Nós temos tido uma postura sempre positiva, sempre construtiva e sempre colocando em cima da mesa aquilo que entendemos serem áreas relevantes para haver convergência entre os partidos”, disse Assunção Cristas à agência Lusa à entrada de uma reunião de líderes da União Democrática Internacional.
A líder centrista referia-se à aproximação do PSD ao PS para a realização de reformas estruturais ou pactos de regime, nomeadamente nas áreas da descentralização e do futuro orçamento comunitário.
Na terça-feira, o primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, tiveram um primeiro encontro no qual decidiram iniciar o diálogo sobre os dois temas. O PSD já indicou os seus interlocutores com o Governo: Álvaro Amaro (descentralização) e Castro Almeida (próximo quadro comunitário).
“Posso dizer que em matéria de fundos comunitários o CDS é o único partido que já apresentou no parlamento um projeto extenso de resolução sobre áreas importantes e preocupações a sinalizar nessa área”, sublinhou Assunção Cristas.
A presidente do CDS avançou que haverá “oportunidade de discutir no parlamento” as ideias do partido nessa e noutras áreas.
Por outro lado, Assunção Cristas desvalorizou a eventual aproximação entre PSD e PS, na sequência da escolha do novo líder social-democrata, considerando que a estratégia do CDS é “muito clara” desde 2015: “Para ter uma alternativa aos governos das esquerdas unidas é preciso ter 116 deputados entre o CDS e o PSD”, disse.
“Nós faremos a nossa parte para os conquistar e o PSD certamente que tem a sua estratégia”, afirmou a líder do CDS.
Sobre as queixas de falta de consulta a Portugal por parte de Espanha em questões ambientais, Assunção Cristas realçou a necessidade de o Estado e o Governo português ter “sempre uma atenção extrema”.
O ministro do Ambiente revelou hoje na Assembleia da República que pediu uma reunião com a sua homóloga espanhola, Isabel García Tejerina, para obter informações acerca do projeto da mina de urânio em Retortillo, Espanha, perto da fronteira portuguesa.
A líder do CDS fez parte de uma delegação da União Democrática Internacional que esta manhã esteve reunida com o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.
“Tive oportunidade de trocar impressões com Rajoy sobre questões que importam” aos dois países, como a seca, a água e recursos hídricos, importantes “num momento em que se começa a tratar do próximo orçamento da União Europeia”, disse Assunção Cristas.
A União Internacional Democrata agrupa partidos políticos de quase 40 países, principalmente conservadores e democratas-cristãos, com convicções semelhantes e que tentam apresentar uma frente unida para promover as suas ideias.
Mais de 100 representantes desses partidos participam numa cimeira com o lema “Instabilidade, separatismo e desafios para os Estados: como salvaguardar a segurança global”.
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