A Fiocruz, principal centro de investigação médica da América Latina, vinculada ao Ministério da Saúde brasileiro, fica “autorizada a iniciar a produção de lotes piloto, em escala comercial, da vacina com o IFA produzido no Brasil”, explicou o órgão regulador brasileiro em comunicado.
“Após a realização dos testes, a Fiocruz deve solicitar a inclusão do insumo (ingrediente) no registo ou fazer um pedido de autorização de uso de emergência”, acrescentou a Anvisa.
A produção do fármaco será destinada ao Sistema Único de Saúde do país.
A Fiocruz já possuía um acordo com a Universidade de Oxford e com a farmacêutica AstraZeneca para fabricar no Brasil a vacina Covishield. O fármaco já está a ser usado no país desde janeiro, quando as primeiras doses foram importadas da Índia.
A Fundação passou a produzir a vacina em larga escala em março, mas ainda precisava de importar o IFA.
A recente decisão da Anvisa baseou-se numa inspeção técnica na fábrica da Fiocruz, no seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), localizada no Rio de Janeiro, que concluiu que esta “cumpre os requisitos das condições técnico-operacionais para iniciar a produção de lotes”.
Além da Covishield, o Brasil também aplica a CoronaVac, da chinesa Sinovac, produzida localmente no Instituto Butantan, de São Paulo.
Contudo, o processo de imunização contra a covid-19 no Brasil avança a um ritmo lento, com o Governo, presidido por Jair Bolsonaro, a ter muitas dificuldades na aquisição de doses.
Nesse sentido, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na sexta-feira que o país vai receber no fim de semana quatro milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford via consórcio Covax Facility, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo a tutela, 220 mil doses vão desembarcar em solo brasileiro no sábado e cerca de 3,8 milhões no domingo.
Com a chegada desse carregamento, o Brasil recebeu, desde a última quarta-feira, mais de 17 milhões de novas doses de vacinas contra a Covid-19, indicou o ministro.
“Temos um recorde no recebimento de vacinas neste final de semana. São mais de 17 milhões de doses de vacinas da covid-19 num intervalo de seis dias. Isso equivale a mais do que a população de Portugal, de Israel, da Grécia, mostrando que as ações do Ministério da Saúde, com parceria da Opas [Organização Pan-Americana da Saúde], da OMS, com a nossa diplomacia, estão muito bem-sucedidas e trazem uma tranquilidade para a nossa sociedade”, disse Queiroga.
O Brasil enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, totalizando 403.781 óbitos e 14.659.011 infeções.
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