“Tivemos de pensar que, se por acaso, um dia, o Governo tiver dificuldade em fornecer (…) nós temos de ter máscaras em número suficiente para os nossos associados”, que ascendem a cerca de um milhar, explicou Jorge Fão, da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC).
O Governo de Macau foi obrigado a fazer uma encomenda de 20 milhões de máscaras de países como Portugal e Estados Unidos, face à falta de resposta do mercado chinês, e decidiu mesmo racionar a sua venda, com a população a apenas poder adquirir 10 máscaras a cada 10 dias.
À APOMAC, chegaram já 350 máscaras, hoje deverão chegar mais meio milhar, com Portugal e Austrália a serem os países de origem dos donativos seguintes, acrescentou.
“Tem havido muito trabalho, (…) tivemos de trabalhar nos bastidores”, sublinhou o presidente da associação, destacando o esforço da APOMAC desde que Macau passou a viver o surto do novo coronavírus, através do reforço no apoio domiciliário junto dos associados que possuem maiores dificuldades ao nível da mobilidade.
“Temos mais de 300 associados para cima dos 80 anos de idade, [que] já praticamente não saem, uns acamados… E nós temos estado a prestar assistência a essas pessoas, daí que nós também tivemos de angariar essas máscaras, esse álcool e gel [desinfetante]”, assinalou.
A ajuda prestada aos reformados e pensionistas traduz-se no transporte ao hospital e no apoio médico e de enfermagem.
Por outro lado, com as pessoas mais fechadas em casas, após os apelos do Governo de Macau para que só saíssem à rua em situações excecionais, motivou “mais solicitações” para se levar as refeições para os respetivos domicílios, “para se evitar o [risco de] contágio” perante o surto do coronavírus Covid-19, frisou Jorge Fão.
Macau conta atualmente com cinco casos de infeção no território. Dos 10 casos identificados desde o início do surto, cinco já receberam alta hospitalar.
O Governo de Macau determinou na segunda-feira que os casinos têm 30 dias a partir de quinta-feira para reabrir as portas, encerradas há cerca de 15 dias para evitar a propagação do surto do novo coronavírus na capital mundial do jogo.
Na quinta-feira já tinha anunciado benefícios fiscais para empresas e população, uma linha de empréstimos bonificados para as PME e medidas de apoio social para reduzir o impacto económico devido ao coronavírus Covid-19.
Macau determinou ainda o encerramento de estabelecimentos de diversão noturna, espaços desportivos e culturais, enviou alunos e funcionários públicos para casa.
As medidas excecionais praticamente paralisaram a economia da capital mundial do jogo e cuja indústria turística é também muito dependente dos visitantes oriundos do território chinês.
O número de mortos devido ao novo coronavírus (Covid-19) na China continental subiu hoje para 1.868, ao mesmo tempo que foram registados 1.886 novos casos de infeção, num total de 72.436 infetados, foi anunciado.
A Comissão de Saúde da China indicou que entre as 98 mortes ocorridas no país, 93 foram registadas na província de Hubei, centro do surto e onde várias cidades foram colocadas sob quarentena, com entradas e saídas interditas, uma medida que afeta quase 60 milhões de pessoas.
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