Em declarações à Lusa, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, afirmou que, nesta fase, deve ser vacinado “um conjunto de pessoas para assegurar condições para a Assembleia da República tomar deliberações”.
O deputado lembrou que o parlamento é um dos órgãos que tem tomado decisões, ao nível legislativo, para responder à pandemia e à crise causada, desde março de 2020, e que tem de continuar a funcionar.
A bancada não defende, assim, uma vacinação generalizada de deputados e funcionários da Assembleia, até porque há alguns que encaixam noutros critérios para já terem sido vacinados, nem entrar numa "lógica excessiva".
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, já disse que quer esperar pela sua vez e ser vacinado, não como deputado, mas sim “como cidadão e utente do SNS”.
Na terça-feira, PCP criticou a “generalização excessiva” na prioridade da vacinação contra a covid-19 dada aos políticos e insistiu que é necessário “garantir as condições para a rápida vacinação da população”.
“A prioridade dada a titulares de altos responsáveis do Estado, sendo compreensível para situações concretas, tem uma generalização que se afigura excessiva”, lê-se num comunicado do gabinete de imprensa dos comunistas divulgado no dia em que foi noticiado que os titulares de órgãos de soberania, órgãos das regiões autónomas e autarcas começam a ser vacinados na próxima semana.
Para os comunistas, o “essencial e prioritário” é “garantir as condições para a rápida vacinação da população, o que exige que o país não fique dependente unicamente do programa de vacinas da União Europeia e das multinacionais farmacêuticas”.
O PCP concorda com as regras “definidas de acordo com as autoridades de saúde, abrange naturalmente setores com intervenção direta no combate à epidemia e grupos de risco”, mas discorda da "prioridade dada a titulares de altos responsáveis do Estado".
De acordo com um despacho, emitido na segunda-feira pelo primeiro-ministro e noticiado pelo Diário de Notícias (DN), os titulares de órgãos de soberania, deputados, funcionários da Assembleia da República, membros dos órgãos das Regiões Autónomas e presidentes de câmara, enquanto responsáveis da proteção civil, vão começar a ser vacinados na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa, enviou “cartas aos órgãos de soberania para que estabeleçam as prioridades para inoculação em cada um dos serviços” e pediu uma lista de funcionários de cada órgão que “devam ser considerados prioritários nesta fase".
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