“O nosso objetivo é termos 70% da nossa população adulta vacinada até ao verão. Seria um ponto de viragem na nossa luta contra este vírus”, referiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.
A recomendação surge num documento publicado pela Comissão Europeia dois dias antes da reunião por videoconferência dos líderes dos Estados-membros, que irão debater uma resposta coordenada europeia para a atual vaga de covid-19, e propõe um conjunto de ações a serem adotadas pelos Estados-membros para “aumentar a luta contra a pandemia”.
Entre as ações pedidas aos Estados-membros, o executivo comunitário apela a que “até março de 2021, pelo menos 80% da população com uma idade superior a 80 anos, e 80% dos profissionais de saúde, devem ter sido vacinados em todos os Estados-membros”.
Já no que se refere ao resto da população, a Comissão apela também a que “até ao verão de 2021, os Estados-membros já tenham vacinado um mínimo de 70% da população adulta”.
Em conferência de imprensa de apresentação do documento, o comissário para a Promoção do Modo de Vida Europeu, Margaritis Schinas, referiu que estas metas são necessárias para um “esforço de vacinação ambicioso”.
“Para conseguirmos atingir este objetivo, temos de aumentar o fornecimento de vacinas, nomeadamente ao trabalharmos com os fornecedores para aumentarmos a capacidade de produção na UE”, referiu Schinas.
A Comissão pede também que os Estados-membros cheguem a uma posição comum sobre certificados de vacinação mutuamente reconhecidos até ao final deste mês, de maneira a que estes possam ser “rapidamente utilizados nos sistemas de saúde de toda a UE”.
Sobre este aspeto, Schinas, referiu que os certificados têm “uma importância crucial” porque “permitem um registo claro do historial de vacinação de cada pessoa que permita o seguimento médico mais adequado”.
“Uma abordagem comum europeia a certificados fiáveis e verificáveis iria permitir que as pessoas usem os seus registos em outros Estados-membros e também abriria a porta para outras utilizações que permitiriam o aligeiramento das restrições”, destacou Schinas.
No que se refere a viagens, o executivo comunitário destaca também a necessidade de se “preservar o mercado único e a livre circulação de pessoas”, mas refere que “as viagens não-essenciais devem ser fortemente desencorajadas” e que “restrições de viagens proporcionais, como o teste a viajantes, devem manter-se”.
É ainda recomendando que, devido à emergência de novas variantes da covid-19, os Estados-membros “expandam a utilização de testes rápidos de antigénio” e atualizem as suas estratégias de testagem.
“Os Estados-membros devem urgentemente aumentar a sequenciação do genoma de pelo menos 5%, e preferencialmente 10%, dos resultados positivos de teste. Atualmente, muitos Estados-membros estão a tentar menos de 1% das amostras, o que não é suficiente para identificar a progressão das novas variantes do vírus ou detetar novas”, refere o executivo comunitário.
No que se refere ao fornecimento de vacinas a países terceiros, a Comissão salienta ainda que irá criar um mecanismo para “estruturar o fornecimento de vacinas partilhadas pelos Estados-membros com parceiros”.
“Isto deverá permitir a partilha do acesso com parceiros a algumas das 2,3 mil milhões doses de vacines adquiridas através da Estratégia de Vacinas da UE, com especial atenção para os Balcãs Ocidentais, a nossa vizinhança do Leste e do Sul, e África”, refere o executivo.
Tudo isto, segundo a comissária para a Saúde, Stella Kyriakides, permitirá que a UE “comece a ver o fim do início” e entre “no início do fim” da pandemia.
“Nas próximas semanas, enfrentaremos grandes desafios, e a nossa unidade será a nossa força. O ano passado, mostra-nos isto com muita clareza”, sublinhou a comissária.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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