“Não vou comentar declarações que não conheço, mas que pelos vistos são simpáticas e, por isso, fico honrado e agradecido”, declarou António Costa.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu de dois dias, o chefe de Governo vincou: “Não vou comentar porque além do mais não ouvi as declarações, mas fico muito honrado”.
O Presidente da República afirmou na quinta-feira que António Costa era o seu preferido para liderar o PS, responsabilizou-o pela demissão e considerou que tem condições para presidir ao Conselho Europeu e que também seria um bom candidato presidencial.
Interrogado se tem um preferido na campanha para a liderança do PS, o chefe de Estado respondeu: "Ah, eu tenho. Era o doutor António Costa. Era o meu preferido. Era o que eu teria preferido".
Já questionado se está arrependido da decisão que tomou, Marcelo Rebelo de Sousa responsabilizou o primeiro-ministro pela sua demissão: "Não, quem tomou a decisão foi o doutor António Costa. Ele é que decidiu sair, não fui eu. Decidiu sair por causa das circunstâncias que sabemos".
"Ele é me comunicou que se ia embora. Não fui eu que lhe disse: olhe, vá-se embora. Não, ele disse-me: Perante isto, em consciência, eu não posso ficar", prosseguiu Marcelo Rebelo de Sousa. "A decisão que eu tomei a seguir foi uma consequência e não uma causa da decisão dele", reforçou.
Confrontado, a seguir, com a opinião de Francisco Assis de que António Costa seria muito útil como presidente do Conselho Europeu, o Presidente da República concordou: "Ah, mas eu não tenho uma dúvida. O primeiro-ministro tem um prestígio europeu excecional, e falando com elementos dos vários grupos políticos europeus, é evidente que ele tem condições para poder vir a ser o próprio presidente do Conselho Europeu, assim ele entenda que tem as condições internas".
Sobre uma possível candidatura de António Costa a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "Tem de perguntar ao doutor António Costa, ele é que tem de escolher o futuro, tendo vários possíveis futuros. Eu não, eu tenho de gerir este futuro imediato de cerca de dois anos".
"Estão-me a perguntar: e depois dos dois anos, ele seria um bom candidato presidencial? Eu digo: sim, se entretanto não estiver presidente do Conselho Europeu. Se estiver presidente do Conselho Europeu, não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo", completou.
Segundo o Presidente da República, não teria sido possível dissuadir António Costa de se demitir: "Como é que se dissuade uma pessoa que tem uma convicção muito profunda, muito profunda de que aquilo é a única saída correta na sua vida? É impossível, é impossível".
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