“Os nossos militares detetaram vários mísseis de cruzeiro de tipo não identificado lançados pela Coreia do Norte (…) por volta das 11:00” (03:00 em Lisboa), disse o Estado-Maior Conjunto (JCS, na sigla em inglês) sul-coreano, em comunicado.
As agências de informações militares da Coreia do Sul e dos Estados Unidos “estão a realizar uma análise detalhada”, acrescentou o JCS.
Este foi o quarto teste deste tipo nos últimos dez dias, depois dos realizados nos dias 24, 28 e 30 de janeiro tanto no mar Amarelo como no mar do Japão.
Horas antes, a imprensa estatal da Coreia do Norte disse que o líder do país, Kim Jong-un, descreveu a construção de novos navios militares como crucial para os preparativos de guerra, na sequência da visita a um estaleiro naval.
O fortalecimento da força naval da Coreia do Norte “representa a questão mais importante na defesa segura da soberania marítima do país e na intensificação dos preparativos de guerra”, disse Kim, citado pela agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
A KCNA não indicou em que dia o líder norte-coreano visitou Nampho, uma cidade portuária a cerca de 65 quilómetros a sudoeste de Pyongyang, nem que tipo de navios de guerra estão a ser construídos nesse estaleiro.
Ainda assim, a agência sublinhou que os navios fazem parte de um plano de desenvolvimento militar a cinco anos definido durante um congresso do partido único da Coreia do Norte no início de 2021.
Nessa altura, Kim divulgou uma extensa lista de recursos militares avançados que pretendia desenvolver, que incluía submarinos com propulsão nuclear e mísseis nucleares que podem ser lançados debaixo de água.
Em Nampho, Kim foi informado sobre o progresso dos projetos navais e os desafios tecnológicos ainda por enfrentar e ordenou aos trabalhadores que “concluíssem incondicionalmente” os esforços dentro do prazo do plano, que vai até 2025, disse a KCNA.
O líder norte-coreano “expressou esperança de que os trabalhadores do estaleiro tenham sucesso na construção dos principais navios de guerra do mundo”, acrescentou a agência.
Na segunda-feira, a KCNA tinha dito que Kim supervisionou pessoalmente testes de dois mísseis lançados dois dias antes a partir de um submarino, alegando tratar-se de uma nova geração de mísseis estratégicos de cruzeiro.
O ministro da Unificação da Coreia do Sul disse que o Norte, através de persistentes testes de armas, “parece ter a intenção de fazer [da península coreana] uma região com riscos constantes de conflito militar, como o Médio Oriente”.
“Não devemos cair na armadilha norte-coreana”, disse Kim Yung-ho, cujo Ministério é responsável pelas relações com Pyongyang, numa entrevista a uma rádio.
O ministro prometeu publicar no final do mês um relatório, com base em entrevistas a mais de 6.300 norte-coreanos que fugiram do país, sobre a situação económica na Coreia do Norte, para deixar claro o colapso do sistema público de abastecimento alimentar.
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