"Foi positivo, mas não tão competente como mereciam" os profissionais, disse Jorge Roque da Cunha, acrescentando que, "se houvesse competência por parte do Ministério da Saúde e se criasse condições de estabilidade aos internos, haveria mais gente a concorrer".
O jornal Público noticia hoje que concorreram 1.117 médicos às 1.234 vagas postas a concurso, ficando por preencher 117 vagas (menos de 10%). Das 1.234 vagas, 378 eram para medicina geral e familiar e 856 para áreas de especialidade hospitalar e para saúde pública.
Roque da Cunha acompanhou o bastonário da Ordem dos Médicos numa visita ao Hospital Egas Moniz, integrado no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, no seguimento de denúncias de irregularidades no cumprimento dos programas de formação, em algumas especialidades, nomeadamente na reumatologia, endocrinologia e pneumologia.
No final da visita, o sindicalista referiu que há internos que vão acabar a formação em outubro de 2018 e em abril de 2019 e é preciso “dizer a esses especialistas futuros que vai haver um concurso".
Roque da Cunha insistiu na crítica de "instabilidade que foi criada nos últimos anos por este Governo que, no ano passado, demorou mais de um ano a contratar recém-especialistas, [o que] naturalmente fez com que as pessoas fizessem as escolhas" para trabalhar noutros lados.
"É necessário que haja competência na organização desses concursos”, sublinhou, lembrando que se sabe quando os especialistas saem da formação e defendendo que, “para a próxima, se cumpra a lei que obriga a contratar em 30 dias".
"Não faz sentido o Ministério da Saúde, sabendo a concorrência que existe por parte de governos estrangeiros, ter uma atitude de 'tapar o sol com a peneira' e depois chorar porque, infelizmente, em relação a estes colegas que concorreram, mais de 20% não irão ocupar essas vagas", referiu.
O sindicalista recordou que cerca de dois mil assistentes graduados seniores e de quatro mil assistentes graduados se reformaram nos últimos seis anos e os quadros estão altamente envelhecidos.
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