“A proposta de Angola é que Cabo Verde, a título excecional, prolongue a sua presidência até julho de 2021, altura em que terá lugar a cimeira de Luanda e haverá então a passagem formal da presidência de Cabo Verde para a presidência de Angola”, afirmou à Lusa por telefone Francisco Ribeiro Telles.
O diplomata acrescentou que “há um pedido [de Angola] a Cabo Verde para que prolongue a sua presidência até julho de 2021, tendo em conta a situação de pandemia” provocada pelo novo coronavírus.
“Cabo Verde disse que aceitaria esse encargo. Agora essa proposta vai ser submetida aos Estados-membros na próxima reunião do comité de concertação permanente [CCP], que terá lugar aqui em Lisboa no próximo dia 28″, continuou o diplomata.
Assim, a cimeira de chefes de Estado e de Governo, prevista para setembro deste ano passa para julho de 2021, “caso os Estados-membros estejam de acordo com a proposta que Cabo Verde irá apresentar no próximo CCP”.
“As cimeiras normalmente têm lugar no mês de julho. A ideia de [este ano] ser em setembro [como estava previsto até agora] tinha a ver com razões de calendário”, explicou Ribeiro Telles.
Segundo o secretário executivo da organização, Angola fez este pedido a Cabo Verde tendo em conta a circunstância da pandemia de covid-19, não só no país, mas como em todos os Estados-membros da CPLP.
Os Estados-membros da organização são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 318 mil mortos e infetou mais de 4,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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