O estado do Rio Grande do Sul – que faz fronteira com Argentina e Uruguai e é o mais afetado pelas chuvas – registou 66 mortes no último balanço, enquanto o estado vizinho de Santa Catarina registou uma morte.
Além disso, as autoridades investigam se outras seis mortes estão relacionadas com a tragédia climática que atinge o sul do país desde o início da semana e já é considerada o pior desastre natural da história da região.
As inundações deslocaram dezenas de milhares de pessoas: um total de 80.573 habitantes tiveram que abandonar as suas casas e mudar-se para casas de familiares e amigos, enquanto 15.192 encontraram alojamento em abrigos públicos.
No Rio Grande do Sul, com uma população de 11 milhões de pessoas, cerca de 421 mil residências continuam sem luz e 115 municípios não têm serviços de telefone e internet, havendo ainda 61 estradas com bloqueios totais e parciais devido às cheias dos rios.
O nível do rio Guaíba – cujas águas inundaram o centro histórico da capital regional, Porto Alegre, cidade de 1,3 milhão de habitantes – voltou a subir esta manhã para a maior marca da história.
O aeroporto internacional da cidade, que fechou na noite de sexta-feira depois de a enchente ter atingido as pistas, permanece fechado.
Depois de, na quinta-feira, ter visitado a região afetada, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, viaja novamente hoje para o Rio Grande do Sul, para acompanhar a resposta a esta situação, para a qual o Governo destacou mil soldados em apoio ao governo regional.
As autoridades do Rio Grande do Sul alertaram que, apesar da redução das chuvas no fim de semana, as enchentes ainda devem continuar por vários dias.
No último ano, o sul do Brasil sofreu uma série de eventos climáticos extremos associados ao fenómeno El Niño, que provocou um aumento na precipitação nesta parte do país.
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