O Chega entregou na Assembleia da República uma proposta de constituição de uma comissão parlamentar de inquérito "com o objetivo de averiguar sobre o financiamento ilícito da campanha presidencial do Prof. Cavaco Silva, em 2011, assim como de todas as outras campanhas eleitorais onde eventualmente surjam ligações ao BES/GES".

Hoje, o presidente demissionário disse à Lusa que vai retirar esta proposta e apresentar uma nova, de forma a alargar o âmbito do inqúerito à venda de imóveis por parte do Novo Banco.

O jornal Público noticiou hoje que um fundo das ilhas Caimão comprou casas do Novo Banco com o crédito desta instituição financeira, num negócio que foi um dos maiores do ramo imobiliário dos últimos anos e em que o Fundo de Resolução cobriu as perdas. Nesta investigação, refere-se mesmo que o Novo Banco vendeu e emprestou o dinheiro a quem comprou.

Numa nota escrita enviada à agência Lusa, a Direção Nacional do Chega afirma que vai "alargar o pedido de inquérito parlamentar" e "incluir estes novos factos, para que toda a verdade seja apurada - nomeadamente os beneficiários efetivos da venda dos imóveis - e qualquer indício de especulação criminosa ou fraude seja fundamentadamente comunicada às autoridades".

O Chega "manifesta o seu veemente repúdio" pela situação e salieta que as informações publicadas confirmam a "posição de princípio" do partido "de que não deve ser injectada nenhuma quantia adicional neste organismo sem serem conhecidos os resultados da auditoria em curso, e sempre após aprovação parlamentar".