Um dia depois de Pedro Nuno Santos ter confirmado que foi informado e deu “anuência política” à saída de Alexandra Reis da administração da transportadora com uma indemnização de 500 mil euros, o presidente do Chega, André Ventura, criticou “a superficialidade, a leviandade com que os ministros tratam de questões tão importantes como esta”.
“Isto é grave demais”, afirmou Ventura num comunicado, em vídeo, distribuído pelo partido, e em que diz também que o antigo governante quis antecipar-se à comissão parlamentar de inquérito sobre a TAP.
Para o presidente do Chega, o antigo ministro “apenas fez este comunicado porque sabia que, na comissão de inquérito, isto ia tornar-se claro como água” e “porque sabia que a TAP iria apresentar esta documentação”.
André Ventura questionou ainda se, depois de Pedro Nuno Santos ter admitido que sabia da indemnização, qual o grau de conhecimento que o Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina, tinha do caso.
“Será que o secretário de Estado das Infraestruturas é tão incauto ou o Ministro das Infraestruturas é tão imprudente que nem sequer se lembrou de falar com os seus colegas das Finanças sobre o valor da indemnização?” - questionou.
O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, confirmou na sexta-feira que deu “anuência política” para a saída da TAP de Alexandra Reis, acrescentando que foi informado “do valor final do acordo” entre as partes.
Num esclarecimento público, Pedro Nuno Santos explicou que, desde que deixou o Governo, em 28 de dezembro, reconstruiu a fita do tempo sobre a polémica saída da ex-secretária de Estado do Tesouro Alexandra Reis da companhia aérea portuguesa, que levou à sua demissão, admitindo que sabia que a indemnização paga tinha sido de 500 mil euros.
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