A marcha lenta começou em Belém e termina no ‘green hub’ da Uber nas Amoreiras.
Com esta redução de preços, os motoristas com quem a agência Lusa falou no local queixam-se que será reduzida a margem de lucro, considerando que não se pode “estar a trabalhar para aquecer”.
“Aquilo que está a acontecer vai contra a própria lei 45 que diz que não se pode fazer viagens abaixo do preço de custo”, disse à Lusa Marcos Pais, adiantando tratar-se já da terceira redução de preços.
Os motoristas da Uber receberam na semana passada uma mensagem que dizia: “Novos preços, maior rentabilidade”.
“Aquilo que parecia ser uma boa notícia veio, no entanto, a confirmar-se que não era nada de bom”, disse Maria Gomes.
“Em três anos e meio as coisas mudaram bastante. Ao início dava, mas o modelo de negócio criado não dá para individuais, disse.
Grupos de motoristas da Uber convocaram pelas redes sociais, nomeadamente no WhatsApp, uma ação de protesto no fim de semana e para hoje contra a redução dos preços pela plataforma eletrónica.
Segundo um motorista no Porto contactado pela Lusa, essa redução de preços vai diminuir a margem de lucro por viagem dos motoristas para níveis insustentáveis.
Num ‘flyer’ a apelar à greve divulgado na internet, com a ‘hashtag’ ‘#uberoff’, os motoristas e parceiros da Uber dizem estar “cheios de cortes e de tarifas cada vez menores, enquanto as despesas aumentam cada dia”.
Está ainda a decorrer uma petição pública ‘online’, que às 12:15 de hoje tinha sido subscrita por 1.930 pessoas.
Os signatários pedem a intervenção do Presidente da República, do Governo, dos deputados e dos partidos com assento parlamentar contra os “constantes atropelos” à lei para o setor da atividade de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica).
Entre os atropelos, criticam os preços das tarifas praticadas, estabelecidas pelas plataformas eletrónicas que “alteram os valores (sempre baixando os preços) sem preocupação com a remuneração de cada parceiro/motorista”, tornando “insuportável os valores inerentes” à atividade.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da UBER afirmou que “os motoristas podem escolher livremente estar ligados à aplicação, sendo que a Uber não impõe qualquer limitação nesse aspeto”, competindo-lhe “oferecer o melhor valor possível tanto a motoristas como utilizadores”, para poder “continuar a contar com a preferência de ambos”.
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