“O portal vai permitir, através de um questionário, que as empresas vejam quais os seus níveis de maturidade em várias áreas” de cibersegurança, precisou o coordenador daquele centro nacional, Lino Santos, num encontro hoje em Lisboa promovido pelo Banco de Portugal.
O coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança adiantou que, através daquele portal, as organizações vão saber as capacidade e competências necessárias para atingir determinadas maturidades, nomeadamente de gestão da informação.
O centro vai ainda criar uma “rede de centros de formação” para ajudar as organizações a usar o seu modelo de maturidade da cibersegurança, segundo o mesmo responsável.
“Temos uma das maiores redes de equipas de reação a incidentes” de cibersegurança, disse Lino Santos, adiantando estar planeada a criação de “centros de partilha” destes conhecimentos com as empresas.
O administrador do Banco de Portugal Helder Rosalino disse, na abertura do encontro “Ciber-resiliência no setor financeiro”, que nove em cada 10 ataques no ciberespaço são dirigidos ao setor financeiro e 46% desses ataques visam bancos centrais, tendo motivações económicas, políticas e até sociais.
O Banco de Portugal, que iniciou em 2012 a sua estratégia de cibersegurança, está “hoje na linha da frente no combate ao cibercrime”, afirmou Helder Rosalino, adiantando que o reforço nesta área tem sido “uma prioridade” do banco central.
O diretor do departamento de supervisão prudencial do Banco de Portugal, Luís Costa Ferreira, considerou que tem havido um “aumento muito significativo” do número de ciberataques e que os bancos, entre outras instituições financeiras, têm sido o principal alvo desses ataques.
“Em 2018, o setor financeiro concentrou mais de 25% de todos os ciberataques”, disse, adiantando haver “uma crescente ameaça” relacionada com o setor financeiro.
Há pouco mais de uma semana, em 23 de maio, o Conselho de Ministros aprovou a Estratégia Nacional de Segurança do Ciberespaço (ENSC), a ser implementada até 2023, tendo em vista proteger as infraestruturas críticas e os serviços vitais de informação, e permitir uma utilização livre, segura e eficiente do ciberespaço pelos cidadãos, empresas e entidades públicas e privadas.
A revisão da estratégia foi elaborada Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, um grupo de trabalho criado em 2017.
(Notícia corrigida às 20h39 - Corrige o apelido do coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança de Soares para Santos)
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