“Estou também disponível para que, entre os candidatos à liderança, se estabeleça um compromisso, o compromisso de evitar ataques de natureza pessoal, concentrando-se na exposição e defesa de uma escolha que é política, democrática e que deve ser civilizada entre projetos diferentes”, afirmou o eurodeputado num vídeo publicado na sua página da rede social Facebook.
Nesta mensagem dirigida aos militantes centristas, Nuno Melo escreveu também que o “CDS dispensa o ódio, precisa de ideias e só não ficará unido se a atual direção não quiser”.
O dirigente, que mantém a intenção de se candidatar à liderança do CDS-PP quando o congresso se realizar – esteve marcado para 27 e 28 de novembro mas foi adiado e o líder quer que se realize após as eleições legislativas – disse estar “disponível para um entendimento que salvaguarde o interesse do CDS”.
Apontando que todos devem “ser sensíveis” ao “esforço para salvar o CDS”, salientou que não renuncia a este “derradeiro esforço” para a realização do congresso antes das legislativas, por forma a “resolver por compromisso a divergência que não foi criada por nenhum daqueles” que representa.
Neste vídeo, Nuno Melo insistiu que “não é aceitável que, estando marcado o congresso, com dois candidatos declarados e em campanha, já depois de iniciada a volta ao país, de recolhidos muitos apoios de norte a sul, de se terem mobilizado centenas de pessoas na apresentação de listas de delegados, o candidato Francisco Rodrigues dos Santos, unilateralmente, a 24 horas de eleições internas, tenha decidido que afinal já não queria ir a votos”.
E criticou que “em democracia, como é evidente, as coisas não se passam assim”.
Por isso, ressalvou que “qualquer entendimento pressupõe a realização do congresso do CDS numa dará que, por razões evidentes, tem de ser anterior à data do calendário fixado pelo PSD para o seu congresso”, que será entre 17 e 19 de dezembro.
“Um Conselho Nacional urgente, com respeito pelas formas e pelo prazos, pode tomar consensualmente as deliberações necessárias”, salientou.
O eurodeputado disse ainda estar “disponível para estabelecer um outro compromisso público e pessoal de que quem vencer o congresso” compromete-se a “fazer um esforço de integração” dos vencidos.
Nuno Melo quer o mesmo dos seus opositores, no sentido de “ajudar a ultrapassar as dificuldades e a enfrentar todos os desafios futuros”.
O Conselho Nacional do CDS-PP decidiu, por proposta da direção, desconvocar o congresso eletivo do partido, e o líder do partido quer que se realize depois das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro.
Nuno Melo impugnou esta decisão junto do Conselho Nacional de Jurisdição, órgão que lhe deu razão e declarou nula a convocatória da reunião que aprovou o adiamento, mas ainda não se pronunciou quando à impugnação da decisão.
Numa entrevista ao jornal ‘online’ Observador, divulgada hoje, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, afirmou que “na situação em que está, o CDS não pode continuar virado para si próprio” e defendeu que gastar tempo “com guerras internas é um absurdo”.
“Não podemos desperdiçar três semanas em guerras para depois termos um partido ainda mais esfrangalhado depois de uma peixeirada como aquela que estamos a ver desde que Nuno Melo aceitou ser candidato. O CDS mostrou responsabilidade” ao adiar a reunião magna na qual seria eleito o próximo líder, acrescentou.
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