“Mais uma vez estamos a encontrar algumas entropias, algumas dificuldades”, disse, apontando que “mais uma vez as regras relativas ao processo eleitoral para o congresso não estão a ser cumpridas”.

Em declarações à agência Lusa, o antigo deputado indicou que está a decorrer “o processo eleitoral para o congresso, as convocatórias para o ato eleitoral do próximo domingo, dia 31, já foram enviadas, mas até ao momento, e ao contrário do que está previsto nos estatutos, as listas de candidatos e delegados ao congresso ainda não foram publicadas”.

Apontando que “os estatutos preveem” que isso possa acontecer “oito dias antes do ato eleitoral”, o centrista afirmou que, “sendo o ato eleitoral no próximo dia 31, domingo”, e sendo hoje terça-feira, “esse prazo já está manifestamente em incumprimento”.

Nuno Magalhães afirmou que esta situação impossibilita que as candidaturas, nomeadamente a de Nuno Melo, possam “ter conhecimento desses mesmos delegados”.

“Seguramente poderá haver uma justificação, uma explicação, mas então que se saiba, então que se diga” de forma “transparente, pública, clara”, para que “não haja dúvidas” nem “permita especulações”, apelou, defendendo que “isto não é bom para o congresso, não é bom para o CDS, não é bom para o presidente, seja ele qual for”.

Na ótica do antigo líder parlamentar, “não é bom para o CDS, um partido fundador da democracia, que princípios democráticos, como por exemplo a igualdade de oportunidades, a transparência na relação com os seus militantes, não sejam cumpridos”.

Considerando ser “essencial garantir” que o próximo congresso do partido seja “absolutamente irrepreensível do ponto de vista formal e cristalino do ponto de vista dos resultados e da legitimidade”, Nuno Magalhães salientou que as “convicções não podem variar nem com factos nem com perceções”.

“Eu não quero crer que seja por qualquer tipo de menor apreço por as listas que já foram entregues, menor confiança da parte da direção em relação às listas que já foram entregues, e muito menos que o presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, esteja com algum receio de ouvir a voz dos militantes”, disse também.

Nuno Magalhães apontou que a candidatura de Nuno Melo não recebeu “nenhuma informação” por parte da Comissão Organizadora do Congresso ou do representante da candidatura, nem da secretaria-geral do partido.

O 29.º Congresso do CDS-PP, que vai decorrer em Lamego (distrito de Viseu), está agendado para 27 e 28 de novembro.

São candidatos à liderança do CDS-PP o atual presidente, Francisco Rodrigues dos Santos, e o eurodeputado eleito pelo partido, Nuno Melo.