No arranque dos comícios de Verão do Bloco de Esquerda, na Figueira da Foz, Catarina Martins centrou-se em três propostas do partido para o setor da saúde, considerando que é preciso fazer-se um "caminho de coragem de dizer que a saúde em Portugal precisa de um crescimento em investimento do PIB (Produto Interno Bruno) e que tem de se aproximar dos 6% do PIB".
A dirigente bloquista explicou que defende que se deve aumentar o investimento da saúde em percentagem do PIB, "porque se a economia cresce, a parte da riqueza que é investida em saúde tem também de crescer".
"Ultimamente, o investimento em saúde tem estado em pouco mais de 4% do PIB, muito longe dos 6% que o Serviço Nacional de Saúde precisaria, não para fazer tudo o que desejaríamos, mas para responder a toda a população com as condições de dignidade que são exigidas", referiu.
E, esse aumento, vincou, tem de ser feito "a equipar o Serviço Nacional de Saúde com material e os profissionais de que precisa e não a contratualizar mais com o privado".
"Já chega do dinheiro de todos a servir para o negócio de poucos", salientou, referindo que, neste momento, "quatro em cada dez euros públicos, em vez de irem para o Serviço Nacional de Saúde vão para o setor privado".
Como terceira proposta para o setor, Catarina Martins apontou para o fim das taxas moderadoras.
"Está provado que as taxas moderadoras não moderam o acesso à saúde", disse, recordando o manifesto de 88 personalidades portuguesas que apelam ao seu fim, num documento subscrito por várias pessoas, como a antiga ministra da Saúde Ana Jorge, o especialista em saúde pública Constantino Sakellarides, o ex-secretário de Estado da Saúde Manuel Pizarro ou o antigo bastonário dos Farmacêuticos Aranda da Silva.
Neste momento, vincou, "as taxas moderadoras estão a negar o acesso à saúde de pessoas que dela precisam. O acesso à saúde não pode ser moderado, é um direito".
Para o Bloco de Esquerda, há que fazer escolhas no próximo Orçamento do Estado, considerando que estas propostas podem já avançar, ainda antes de uma nova Lei de Bases da Saúde.
"Não precisamos de esperar todo o tempo pela Lei de Bases para responder. Este Orçamento do Estado pode começar já a fazer o caminho", disse Catarina Martins.
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