“Nunca se esqueçam, quando PS, PSD e CDS querem travar conquistas concretas para quem vive do seu trabalho, utilizam sempre a União Europeia como desculpa e, como tal, também está nas nossas mãos tirar-lhes essa desculpa”, avançou a líder do bloco, em Almodôvar, no Alentejo.
Ao discursar durante um almoço convívio com cerca de 50 trabalhadores das lavarias das minas alentejanas, Catarina Martins frisou que, neste tempo, em que há quem goste de discutir tudo “menos o que conta, o problema não é saber se no parlamento há mais força à esquerda, mas fazer o caminho que falta para reconhecer os direitos dos trabalhadores”.
“O que conta é fazermos o caminho que falta para reconhecer os direitos dos trabalhadores por turnos e dos que têm horário noturno e defendê-los. É em cada passo dado, em cada conquista concreta que vamos buscar a força para tudo o que falta fazer, porque é só assim que a política tem sentido”, sublinhou.
Numa alusão às eleições europeias e legislativas, Catarina Martins recordou que 2019 vai ser um ano de escolhas, "e as escolhas têm de ser pelo que conta, e o que conta são as condições concretas da vida das pessoas”.
“O que conta é que todos os trabalhadores tenham direitos, bem como os das lavarias ou pedreiras tenham direito ao desgaste rápido no momento de aceder à reforma e acabar com o fator de sustentabilidade”, destacou.
Na opinião da líder do BE, a política que conta é saber quem respondeu por quem trabalha, “por quem constrói o país ou quem é que assobiou para o lado”, assegurando que o BE vai continuar “a dar mais luta pela defesa de quem trabalha e para as mudanças que contam”.
“Quando virem o corte de sustentabilidade na pensão, não se esqueçam de agradecer a PSD, PS e CDS-PP”, ironizou.
Catarina Martins destacou ainda a luta dos trabalhadores das lavarias de minério, “um exemplo extraordinário na defesa dos seus direitos que alcançaram o reconhecimento como profissão de desgaste rápido”.
“Pela vossa luta, finalmente, a lei diz algo que demorou tantos anos, mas é da mais elementar justiça, que é reconhecer aos trabalhadores das lavarias o mesmo regime de desgaste rápido dos mineiros”, destacou.
A coordenadora bloquista recordou ainda que o BE “propôs, lutou pela proposta no parlamento, mas foi a luta dos trabalhadores que não deixou o assunto morrer e permitiu avanços no parlamento”.
A Assembleia da República aprovou em dezembro o alargamento do regime especial de acesso às pensões de invalidez e velhice dos trabalhadores do interior das minas aos que trabalham nas lavarias de minério e na indústria de extracção e transformação da pedra.
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