“O apelo é para que se venha votar, na democracia ninguém está dispensado”, afirmou a coordenadora do BE.
Catarina Martins, que votou esta manhã na Escola Secundária Almeida Garrett, em Vila Nova de Gaia, apelou, em declarações aos jornalistas, para que os portugueses se dirijam às urnas.
“É preciso que ninguém fique em casa, que ninguém se esqueça do voto, para que depois também não haja um Governo que se possa esquecer dos problemas do país”, argumentou.
Catarina Martins apelou ainda aos milhares de portugueses que, devido à pandemia da covid-19, estão isolados nas suas casas, lembrando que está “tudo preparado para que votar seja seguro para todos”.
“Ninguém deve ficar em casa, toda a gente deve vir exercer o seu direito ao voto”, reforçou, defendendo que a abstenção “não é solução”, mas deixar que “outros escolham por nós”.
“Estão todas as condições garantidas para que haja segurança no voto, e portanto, toda a gente deve vir votar, incluindo as pessoas que estão isoladas”, acrescentou.
Escusando-se a comentar as afirmações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que estas eleições são “diferentes”, a coordenadora do BE disse que aguardará “com toda a serenidade” os resultados eleitorais de hoje, nomeadamente, os da abstenção.
A coordenadora do BE agradeceu ainda aos milhares de pessoas que hoje estão nas mesas de voto e nas mais variadas tarefas a garantir que o ato eleitoral decorre em “segurança para toda a gente”.
“No período que estamos a viver, pandémico, seguramente, este é o momento de agradecer aos milhares de pessoas que por todo o país num gesto generoso para com a democracia estão a garantir que este processo eleitoral decorre da melhor forma”, afirmou.
As assembleias de voto para as eleições legislativas abriram às 08:00 de hoje em Portugal Continental e na Madeira, encerrando às 19:00.
Nos Açores, as mesas de voto abrem e encerram uma hora depois em relação à hora de Lisboa, devido à diferença horária.
Podem votar para as eleições antecipadas de hoje 10.820.337 eleitores, mais 9.808 do que nas anteriores legislativas, em 2019.
Tendo em conta a atual situação da pandemia, em que mais de um milhão de pessoas estão em isolamento obrigatório devido à covid-19, o Governo decidiu que estes eleitores podem votar presencialmente e recomendou que o façam num período específico, entre as 18:00 e as 19:00.
Para garantir a segurança sanitária do ato eleitoral e de todos os envolvidos, a Administração Eleitoral tomou várias medidas, “como a redução do número de eleitores inscritos por cada secção de voto para 750, e distribuiu mais de 100 toneladas de material sanitário pelas 308 câmaras municipais entre máscaras FP2 e cirúrgicas (25 por cada secção de voto), álcool gel (seis embalagens por cada secção de voto), batas, luvas e viseiras".
Concorrem a estas legislativas antecipadas 21 forças políticas, o mesmo número do que em 2019, mas apenas 13 concorrem em todos os círculos eleitorais.
No total, são eleitos 230 deputados à Assembleia da República, de onde sairá o XXIII Governo Constitucional.
Em 2019, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 51,43%, comparando com os 8,3% nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4% das primeiras legislativas, em 1976.
A legislatura atual, que terminaria apenas em 2023, foi interrompida depois do 'chumbo' do Orçamento do Estado para 2022 ter gerado uma crise política que levou à dissolução do parlamento e à convocação de eleições antecipadas.
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