"Ele é uma figura marcante da história recente de Timor não só pelo percurso político, controverso com certeza, mas que por ironia do destino acabou condecorado pelo atual Presidente da República praticamente um dia antes da sua morte", disse Capoulas Santos à Lusa em Díli.
"É um sinal revelador do espírito de reconciliação da sociedade timorense", disse, recordando que Mário Carrascalão, que morreu hoje aos 80 anos, foi "governador indonésio e depois membro do Governo de Timor independente".
"Foi também um técnico ligado à área que tutelo em Portugal e por cuja memória tenho pessoalmente respeito. Em nome do Governo português quero transmitir um sentimento de pesar à sua família", disse.
Capoulas Santos falou à Lusa em Díli onde se encontra em representação de Portugal para a tomada de posse do Presidente eleito, Francisco Guterres Lu-Olo, que ocorre às 00:00 de sábado, hora local.
Mário Viegas Carrascalão morreu hoje em Díli, aos 80 anos, ao que tudo indica vítima de um ataque cardíaco que sofreu quando conduzia o seu carro pessoal no centro da capital timorense.
O ex-vice-primeiro-ministro estudou no Instituto Superior de Agronomia em Portugal, onde se formou em silvicultura, terminando o curso com 19,5 valores e uma tese que foi o primeiro estudo de sempre feito sobre o pinheiro manso português.
Regressado a Timor-Leste, assumiu o cargo de chefe dos serviços de agricultura, funções que ocupava quando, em 1974, juntamente com Domingos Oliveira, César Mouzinho, António Nascimento, Francisco Lopes da Cruz e Jacinto dos Reis, fundou a União Democrática timorense (UDT), o primeiro partido timorense.
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