A medida está inscrita no relatório técnico da Zona de Emissões Reduzidas Avenida-Baixa-Chiado (ZER ABC), disponível no ‘site’ www.zer.lisboa.pt, que prevê ainda que os veículos posteriores a 2005 (veículos EURO 4) deixem de poder circular na zona da Baixa, com exceção para residentes, a partir de abril de 2021.
A nova ZER foi apresentada na semana passada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), e prevê que, a partir do verão, o trânsito automóvel na zona da Baixa passe a ser exclusivo para residentes, portadores de dístico e veículos autorizados, entre as 06:30 e as 00:00.
O projeto apresentado propõe também a proibição da circulação automóvel na faixa central da Avenida da Liberdade entre os Restauradores e a Rua das Pretas e a reposição do modelo original de circulação ascendente/descendente nas laterais da avenida.
A limitação da circulação automóvel a 30 quilómetros/hora é apresentada no relatório como uma “clara aposta na segurança rodoviária”.
Por outro lado, a autarquia defende a melhoria do desempenho da rede de autocarros e elétricos e o “reforço da oferta da Carris, em particular a sua regularidade”.
“Obviamente, a redução de tráfego resultante da regulação de acesso terá um efeito positivo na redução dos conflitos com o transporte individual, bem como a eliminação do estacionamento na via pública nos locais onde hoje a Carris regista mais interrupções, nomeadamente, na Rua da Escola Politécnica, na Rua de São Paulo e Rua dos Fanqueiros (top 3 de tempo perdido pela Carris)”, lê-se no documento.
Entre os eixos que passam a ser reservados ao transporte público está a Rua da Prata, uma “parte significativa” da Rua da Conceição, a Rua de São Pedro de Alcântara entre o Largo Trindade Coelho e a Rua das Taipas, o Largo Camões e a Rua do Loreto, o Largo do Chiado e o sentido descendente da Rua de São Bento.
“O modelo de circulação proposto visa melhorar as condições de circulação no interior da área para o transporte público e para os segmentos autorizados, sobretudo os residentes”, é ainda referido.
No relatório são apresentadas várias propostas para alterar o sistema de circulação atual na Baixa, nomeadamente a transformação da Rua do Ouro num “canal de via única para transporte público e transporte individual (segmentos autorizados), no sentido norte-sul”.
Entre outras alterações, prevê-se que a Rua da Prata também fique exclusivamente de acesso a transportes públicos, com uma via em sentido sul-norte.
“No interior da área de intervenção esperam-se reduções de tráfego muito elevadas, que podem atingir os 75% em alguns arruamentos. Em geral, é expectável uma redução de 40% do número de veículos em circulação, dos atuais 100 mil para 60 mil. Assim sendo serão evitadas até 60 mil toneladas de emissões de CO2/ano”, lê-se no relatório.
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