A diretora executiva da AHP destacou hoje - dia em que o parlamento britânico vai votar o adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia para depois de 29 de março - o que considera ser um dado "interessante": o facto de só os hoteleiros do Algarve, nas estimativas para este ano, "preverem uma queda [do mercado] do Reino Unido, embora todos os destinos revelem que um dos constrangimentos ao crescimento é o 'Brexit'".
"Isto significa que o resto dos destinos não estão à espera de uma queda do mercado do Reino Unido, estão à espera de uma estabilização deste mercado. No entanto, apontam o 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia] como um constrangimento ao possível crescimento para todo o turismo", reforçou ainda Cristina Siza Vieira.
A responsável da AHP lembrou também, numa apresentação na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, que no inquérito que fizeram, "como sempre, no final de dezembro", aos seus associados, estes revelaram "apostar ainda no crescimento dos mercados de Espanha e nacional" este ano.
No final de 2018, a AHP já tinha anunciado que os seus associados previam para 2019 que os turistas nacionais continuassem a crescer, e que se destacassem, novamente, visitantes oriundos de Espanha e de França.
Em termos de oportunidades, os hoteleiros enumeraram os mercados do Estados Unidos, China e Brasil, fazendo quase decalque das apostas futuras em rotas aéreas, que incluem Estados Unidos, Canadá e China.
O inquérito revelou ainda menos otimismo em relação ao crescimento de receitas, um “abrandamento claro” na evolução das taxas de ocupação e a estagnação já existente em termos de variação de estada média.
Na quarta-feira, o ministro da Economia disse que na próxima semana Portugal vai lançar uma campanha de promoção no turística no Reino Unido e que se está a trabalhar para que este mercado veja o país como o destino europeu "mais amigável".
Pedro Siza Vieira falava aos jornalistas na inauguração da BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, antes da votação em que os deputados britânicos rejeitaram qualquer possibilidade de saída da União Europeia sem acordo.
Admitindo, no entanto, que "as alterações das circunstâncias podem ter algum impacto" no número de turistas britânicos que visitam Portugal, o governante sublinhou que "o esforço de promoção e a simplificação administrativa visam mitigar esse impacto".
"Também temos, apesar de tudo, boas notícias. Conseguimos repor a capacidade aérea no aeroporto de Faro - depois das falências de algumas companhias aéreas no ano anterior e nestes dois últimos meses, janeiro e fevereiro, a chegada de britânicos aos aeroportos nacionais ultrapassou os 16% [de crescimento] face ao período homólogo do ano anterior. Isso significa que os britânicos retomaram o nível de crescimento que se tinha deteriorado um pouco. Vamos esperar com confiança a ver qual será o impacto destes efeitos", disse ainda o ministro.
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