A informação foi avançada pelo coordenador da assembleia europeia para o ‘Brexit’ numa publicação na sua conta na rede social Twitter, na qual também defende que, “independentemente daquilo que acontecer a seguir”, as manifestações de hoje junto do parlamento britânico demonstram “quão importante é uma parceria futura próxima entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido”.

Verhofstadt referia-se aos milhares de pessoas que se concentraram hoje no centro de Londres, junto à Câmara dos Comuns, para pedir que o Reino Unido não saísse do bloco comunitário.

A iniciativa decorreu ao mesmo tempo que os parlamentares britânicos aprovavam, por 322 votos a favor e 306 votos contra, uma proposta que força o primeiro-ministro a pedir um adiamento do 'Brexit' até ser aprovada no parlamento britânico a legislação que regulamente o acordo de saída, uma opção já rejeitada por Boris Johnson.

"Não vou negociar um adiamento, nem a lei me obriga a fazê-lo", reagiu Boris Johnson, acrescentando que "mais um adiamento seria mau para este país ou para União Europeia e mau para a democracia".

O primeiro-ministro referia-se à "lei Benn", que o ‘obriga’ a escrever uma carta até às 23:00 de hoje, a solicitar uma extensão do processo de saída da UE por três meses, até 31 de janeiro, se a Câmara dos Comuns não aprovar um acordo ou autorizar uma saída sem acordo até 19 de outubro.

Assim, o governo britânico decidiu retirar a proposta para ser votado o novo acordo para o 'Brexit' negociado pelo primeiro-ministro e já endossado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27, mas pretende apresentar na próxima semana a proposta de lei para regulamentar o acordo para conseguir sair da UE até 31 de outubro.

Da agenda da sessão plenária desta semana do Parlamento Europeu consta a votação de medidas para atenuar efeitos de uma eventual saída sem acordo do Reino Unido da UE.

As propostas, que serão votadas na terça e quinta-feira na cidade francesa de Estrasburgo, visam prorrogar medidas de contingência relativas ao orçamento da UE, aos transportes e às pescas e assegurar apoio financeiro aos mais afetados por um ‘Brexit’ sem acordo.