O parlamento britânico rejeitou hoje uma saída do Reino Unido da União Europeia sem um acordo. Esta moção, não vinculativa, foi apresentada pela trabalhista Yvette Cooper, enquanto que o Governo apresentou uma moção que apenas rejeitava a saída sem acordo a 29 de março.
Na quinta-feira a Câmara dos Comuns deverá votar um pedido à UE de prorrogação do processo do ‘Brexit' para depois de 29 de março.
O texto foi apresentado após o parlamento britânico ter chumbado na terça-feira, pela segunda vez depois de uma votação em janeiro, o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia (UE), desta vez com 391 votos contra e 242 votos a favor, uma margem de 149 votos, incluindo 75 de deputados conservadores.
Já o acordo de May, concluído no fim de novembro após 17 meses de negociações, foi duas vezes chumbado pelos deputados britânicos.
Se for adotado desta vez, May pedirá aos dirigentes europeus um pequeno adiamento do ‘Brexit’, inicialmente marcado para 29 de março, até 30 de junho.
Se o texto for novamente rejeitado pela Câmara dos Comuns, então o adiamento da saída do Reino Unido do bloco comunitário deverá prolongar-se para lá de 30 de junho e implicará que o país realize eleições europeias em maio, precisa a moção.
Depois de o Parlamento britânico ter rejeitado hoje, por 312 votos a favor e 308 contra, a saída da UE sem acordo com Bruxelas “em qualquer momento e em qualquer circunstância”, May advertiu os deputados de que a ausência de acordo de divórcio com a União Europeia poderá exigir um adiamento de longa duração do ‘Brexit’.
“Só será oferecida uma curta extensão técnica se tivermos um acordo”, disse May aos deputados britânicos, após a votação, acrescentando que será necessária “uma extensão bastante mais longa” e a realização de eleições europeias no Reino Unido, depois de a Câmara dos Comuns ter rejeitado hoje à noite uma saída sem acordo e, um dia antes, o acordo de divórcio do bloco comunitário que a chefe do Governo concluiu com Bruxelas.
A diferença entre o Acordo de Saída negociado por May com a UE e a moção hoje aprovada pelos deputados britânicos é que o texto proposto pelo Governo excluía uma saída sem acordo mas só na data marcada, 29 de março, ou seja, não retirava definitivamente uma saída em situação de ‘no deal’ (sem acordo) de cima da mesa, ao passo que a moção hoje aprovada, embora não vinculativa, prevê que não haverá saída sem acordo “em qualquer momento e em qualquer circunstância”.
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