“Na verdade é extremamente custoso, porque ter o português como língua de trabalho nas Nações Unidas é muito caro”, disse, em entrevista à Lusa, em Brasília, o diretor do Instituto Guimarães Rosa, a congénere brasileira do Instituto Camões.
Na opinião de Marco Antonio Nakata, neste primeiro momento, é necessário “avaliar realmente a importância que isso teria para o Brasil e se esse volume de recursos não teria uma utilidade maior” noutros campos de divulgação do português, como a existência de “mais leitores, mais professores, investir em novas tecnologias de ensino”.
Ou seja, para já, existe interesse, mas o foco tem sido na “ampliação com caráter experimental em algumas organizações internacionais” como é o caso da UNESCO, onde já é uma língua de trabalho em casos pontuais.
“A ideia é de que a gente comesse a ampliar. O Governo brasileiro, juntamente com o Governo português já se manifestaram a favor de uma ampliação, incluindo na UNESCO”, frisou o responsável do Instituto Guimarães Rosa.
Em entrevista à Lusa, em Lisboa, a 26 de abril, o Ministro das Relações Exteriores do Brasil afirmou querer “um avanço” no projeto de tornar o português língua oficial das Nações Unidas, acrescentando ser “um dos temas que é muito caro ao Presidente Lula é a língua portuguesa”.
“Ele [Lula das Silva] insiste que muito que gostaria de ter o português como língua oficial das Nações Unidas”.
Segundo o ministro, o projeto do português como língua oficial das Nações Unidas é um tema que o Governo brasileiro considera “seriamente”. E “gostaríamos de ver um avanço”, concluiu.
Já que “é um tema de longo prazo, porque, inclusive, e não é algo que se possa decidir diretamente nas Nações Unidas. Isso tem impacto orçamental das Nações Unidas”, afirmou.
O Dia Internacional da Língua Portuguesa, que se celebra a 05 de maio, foi proclamado pela 40.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em novembro de 2019, e comemora-se este ano pela quinta vez.
O português é a quarta língua mais falada no mundo, por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes. Em 2050, os falantes da língua portuguesa serão quase 400 milhões e em 2100 serão mais de 500 milhões, segundo estimativas das Nações Unidas.
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