“Vamos ter de analisar com toda a calma aquilo que deveremos fazer ou até fazer melhor, havendo situações que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) vai ter de alterar, como limpezas regulares das matas, criação de faixas de contenção de combustível, que são praticamente inexistentes, na minha ótica todo este trabalho tem de ser feito”, disse à Lusa o autarca social-democrata.
Paulo Xavier falava à Lusa após o incêndio que teve início no sábado, na povoação de Soutelo, Carregosa e que se estendeu a Rabal, neste concelho e que mobilizou um número significativo e meios de combate por terra e pelo ar com centenas de operacionais.
“Há que fazer um trabalho ao nível das populações para proteger os seus bens materiais, culturas e imóveis através do recurso a faixas de contenção de fogo. O rendimento ‘per capita’ é mais baixo na área do PNM face a outros zonas dos concelhos de Bragança e Vinhais por ser uma área protegida e com alguns condicionalismos”, indicou.
Neste caso, o autarca defense uma valorização do território da área protegida e mais compensações para quem nele habita.
“Estou convicto de que com o emprenho de todos, incluído do ICNF, vamos colmatar algumas das grandes restrições do parque. Mas também defendo que terá de haver uma proatividade na área da prevenção e vigilância do PNM e também uma resposta rápida dos meios de intervenção e socorro, com um plano eficaz para conter possíveis incêndios”, rematou.
Paulo Xavier acrescentou que este incêndio começou de forma imprevisível provocado por uma trovoada seca e o vento que se fez sentir criou bastantes dificuldades no seu combate.
Contactado pela Lusa, o ICNF manifestou a sua solidariedade para com a população local e partilha a preocupação com o incêndio no Parque Natural e o impacte nos valores naturais, mas também no património público e privado.
“O ICNF está e sempre esteve empenhado em procurar soluções que contribuam para construir territórios mais resilientes e protegidos do flagelo dos incêndios, sendo este o objetivo central na relação com as populações e com os seus legítimos representantes”, indicou o instituto.
O ICNF assegurou que todos os seus trabalhadores e dirigentes cuidam diariamente da conservação dos valores naturais, em estreita colaboração com as autarquias e as organizações locais, quer públicas quer privadas.
“As medidas de proteção contra incêndios são sempre discutidas com as autoridades locais e as ações no terreno integram os instrumentos de planeamento municipais, podendo sempre ser melhorados e complementados com novas ações, que se considerem aumentar o nível de segurança e reduzir o risco para as pessoas e para os valores naturais, o que é feito em conjunto com as diferentes entidades - autarquias locais, proprietários e gestores do território, bombeiros, serviços da Administração Central e autoridades policiais”, vincou o ICNF
O ICNF deixou ainda claro que tem correspondido a todas as solicitações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), autoridade que coordena o combate a incêndios rurais, com vista à rápida supressão dos incêndios de grande dimensão que estão em curso na região de Bragança, para os quais disponibilizou operacionais da Força de Sapadores Bombeiros Florestais, da Unidade Nacional de Máquinas, das equipas e brigadas de Sapadores Florestais, do Corpo Nacional de Agentes Florestais, da Área de Gestão de Fogos Rurais e também Vigilantes da Natureza, num total diário de mais de 100 operacionais envolvidos no combate.
“Depois de o incêndio ser dado como extinto serão iniciados os trabalhos de recuperação da área ardida, incluindo a elaboração do relatório de estabilização de emergência, com a identificação das medidas urgentes a tomar, e de um programa para a sua implementação”, rematou o ICNF na resposta enviada à Lusa.
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