No local onde é efetuado o controlo de trânsito nas imediações das pedreiras, na antiga Estrada Nacional (EN)255, um grupo de pessoas depositou ramos de flores e velas, tendo terminado a homenagem às vítimas com uma oração.
“Nós viemos fazer uma homenagem às vítimas desta tragédia, estamos muito emocionados porque foram muitas pessoas”, lamentou aos jornalistas Maria Rosa Xavier, que se deslocou da aldeia de Pardais (Vila Viçosa) para participar na homenagem.
A mulher, familiar de uma das vítimas, recordou que passou naquela estrada “muitas vezes” nos últimos tempos, uma vez que era um troço “mais rápido” para transitar entre Borba e Vila Viçosa.
No sábado, o artista Ludger Van der Eerden, residente em Évoramonte, no concelho de Estremoz (Évora), prestou no mesmo local uma homenagem às vitimas, depositando também um ramo de flores.
O mau tempo que se faz sentir hoje em Borba tem afastado os populares de deslocarem-se ao local, ao contrário do que se passou nos primeiros dias após o acidente.
O comandante distrital de Operações de Socorro (CODIS) de Évora afirmou hoje que devem ser “moderadas” as expectativas nos próximos dias de encontrar desaparecidos no decorrer das operações.
“A acessibilidade de veículos e equipamentos àquela pedreira é muito limitada e, por outro lado, a previsão meteorológica para as próximas horas aponta para precipitação”, disse José Ribeiro.
O comandante, que falava aos jornalistas no decorrer de uma conferência de imprensa na Câmara de Borba, um dia após ter sido resgatado o corpo do segundo trabalhador, sublinhou que o empenho das diversas entidades envolvidas na operação se “mantém elevado”.
“Por todas estas razões eu entendo que devemos moderar as nossas expectativas para o desenvolvimento da operação, não moderamos o empenho, que esse mantém-se elevado, mas nos próximos dias não esperamos grandes desenvolvimentos porque esta concentração do trabalho que estamos a fazer na drenagem vai levar exatamente algum tempo”, explicou.
José Ribeiro acrescentou ainda que, nesta altura, as autoridades desconhecem a localização das duas viaturas que foram arrastadas para a pedreira na sequência do colapso da estrada.
O comandante garantiu que os meios envolvidos nas operações vão “manter-se” no terreno, classificando agora o local onde vão concentrar os trabalhos como sendo de “complexidade acrescida”, situação que poderá levar a que os corpos dos três desaparecidos levem alguns dias a serem localizados.
“Por um lado, é uma pedreira mais profunda e é uma pedreira sem atividade há algum tempo. É um plano de água de maior dimensão e que também comporta aqui alguns riscos e que desconhecemos para já a localização das viaturas”, disse.
O corpo da segunda vítima mortal do deslizamento de terras e colapso de uma estrada em Borba foi retirado no sábado à noite de uma das pedreiras, revelou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora.
A mesma fonte indicou à agência Lusa que o corpo, que foi recuperado por volta das 22:00, é do segundo operário da empresa que explora a pedreira.
Em comunicado, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) precisou que o corpo da segunda vítima mortal, o “segundo trabalhador que se encontrava a laborar no local no momento do aluimento de terras”, foi localizado cerca das 21:00.
O primeiro trabalhador foi retirado sem vida da pedreira, na terça-feira à tarde, quase 24 horas depois do acidente.
Além de dois mortos confirmados, o maquinista e o auxiliar da retroescavadora, há registo de três desaparecidos na zona, segundo as autoridades locais, que viajavam num automóvel e numa carrinha de caixa aberta que foram arrastados para dentro da pedreira quando passavam na estrada que ruiu.
O deslizamento de um grande volume de terras e o colapso de um troço da estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de poços de pedreiras ocorreu na segunda-feira às 15:45.
Comentários