“O agro [negócio] realmente não parou. Tem uns idiotas aí, o ‘fique em casa’. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esse cara tinha morrido de fome, esse idiota tinha morrido de fome”, disse Bolsonaro.
“E daí ficam reclamando de tudo. Agora, quem tem salário fixo ou tem uma gorda aposentadoria [pensão por reforma], aí pode ficar em casa a vida toda, sem problema nenhum”, acrescentou.
Jair Bolsonaro é um crítico das medidas restritivas determinadas por autoridades locais no Brasil por acreditar que atrapalham a economia do país.
O Presidente brasileiro se nega a seguir protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias, como o uso de máscara e o distanciamento social, e costuma defender medicamentos com eficácia não comprovada como a cloroquina no tratamento do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19.
No fim de semana, apoiantes de Bolsonaro promoveram marchas e manifestações em algumas cidades para expressar seu apoio num momento em que a popularidade do Presidente está no nível mais baixo desde que assumiu o cargo (24%), segundo levantamento publicado pelo Instituto Datafolha.
Os eventos, que aconteceram em menos cidades do que o planeado e com menor número de participantes, foram convocados por grupos de apoio a Bolsonaro, como evangélicos, motoristas de camiões e produtores rurais.
No sábado, as manifestações tiveram gritos e discursos de apoio ao Governo e críticas a uma investigação aberta por uma comissão do Senado sobre as omissões e falhas no combate à pandemia.
Os manifestantes também criticaram as medidas de isolamento social impostas pelos governos regionais para combater o novo coronavírus, rejeitadas por Bolsonaro, bem como as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que contrariam o Governo brasileiro.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao contabilizar 435.751 vítimas mortais e mais de 15,6 milhões de casos confirmados de covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.381.042 mortos no mundo, resultantes de mais de 162,9 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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