“Vimos solicitar a V. Exa. que o PS, com a brevidade possível, e através da sua Direção, esclareça de forma a não subsistirem publicamente quaisquer potenciais equívocos, se as declarações proferidas por Ana Gomes refletem a opinião do partido ou se, ao invés, tais declarações não merecem senão rejeição e repúdio por parte do partido”, indica a carta enviada a Carlos César, datada de 11 de julho, a que a Lusa teve hoje acesso.
Na missiva, assinada pelo presidente Luís Filipe Vieira, o Benfica considera que o “silêncio continuado” do PS perante as declarações da sua ex-eurodeputada “pode ser publicamente lido e entendido como aceitação tácita ou, pelo menos, tolerância quanto ao respetivo teor, enquanto tal extensível à direção do partido”.
O clube da Luz entende que a qualidade de deputada no Parlamento Europeu “acentua a notoriedade da declarante e a relevância mediática das suas declarações, promovendo a sua assimilação nesses termos pela opinião pública, com a inerente associação de Ana Gomes ao PS”.
O Benfica já tinha anunciado que iria processar Ana Gomes devido a um comentário na rede social Twitter, em que questiona se a venda do futebolista João Félix “não será negócio de lavandaria”.
A frase em causa foi escrita em 27 de junho, em resposta a um 'tweet' de um jornalista da revista Sábado, que se interrogava sobre a transferência de avançado internacional português por 120 milhões de euros para o Atlético de Madrid.
“Um jogador de futebol com apenas 19 anos, que jogou meia época num campeonato de terceira categoria, e que aí se revelou, é vendido por 120 milhões de euros, naquela que é a quarta maior transferência de sempre. Ainda não li uma explicação racional, e fundamentada, para isto”, comentou o jornalista.
Ana Gomes reagiu, deixando uma interrogação: “Não será negócio de lavandaria?”.
O Benfica considerou que aquele comentário conotava a transferência de João Félix “com uma operação de lavagem de dinheiro/branqueamento de capitais”.
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