Na reunião da Comissão Permanente da Assembleia da República, que hoje debate o conflito na fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou que “a invasão da Ucrânia pela Rússia é inaceitável”, condenando sem reserva a ocupação de território de um país soberano e lamentando todas as vidas perdidas.
O deputado do BE defendeu que “deve existir um cessar-fogo imediato e a retirada das forças russas de território ucraniano”, considerando que a insistência da Rússia na via militar deve “ser punida com sanções fortes que afetem diretamente a oligarquia russa e a elite do país”.
Na resposta, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, registou “a condenação sem reservas” que o BE “faz do ato de agressão da Rússia”, uma vez que “é muito importante que essa condenação se faça” e que “seja o mais generalizada possível neste parlamento que representa o país na sua diversidade”, acompanhando também “a exigência de um cessar-fogo imediato”.
Tal como já tinha defendido Catarina Martins esta manhã, Pedro Filipe Soares criticou o reforço das forças da NATO, uma vez que esta maior presença “não dissuade, apenas escala o conflito”, reiterando a necessidade de “sanções económicas duras contra oligarquia russa”, o que permitirá “regressar à via diplomática e a essa via deve ser dada prioridade.
Na réplica, Augusto Santos Silva defendeu que “há três divergências” entre o Governo e o BE “que não vale a pena esconder”.
“O senhor deputado pareceu-me que quer estabelecer sempre uma relação simétrica: há um imperialismo, mas há também outro imperialismo. Eu acho que há mesmo uma potência agressora que viola flagrantemente os seus próprios acordos e a lei internacional e há uma aliança defensiva que está também a fortalecer a sua capacidade de defesa e dissuasão”, contrapôs.
Para o governante, “não há simetria, a culpa não é de todos” porque “a culpa, a responsabilidade, a violação tem um nome e tem um rosto e esse nome é Vladimir Putin e o rosto é o dele”.
“Sim, nós estamos a reforçar a nossa capacidade de dissuasão porque é aquela que permite a Putin pensar mil vezes antes de se atrever a fazer um gesto e a tomar uma ação que se não fosse essa capacidade de dissuasão nós não teríamos a certeza que ele não tomasse”, afirmou, considerando que ter “capacidade de defesa, de dissuasão é muito diferente” de se ser militarista.
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