À margem de uma visita ao Centro de Acolhimento Temporário para Refugiados, em Lisboa, Catarina Martins foi questionada sobre as negociações para o OE2019 e quais as medidas que o BE já teria fechado com o Governo, um dia depois de o PCP ter anunciado o acordo com o Governo sobre diferentes matérias orçamentais.
“Ainda há três dias até à entrega do Orçamento do Estado. Não é novidade, já o tenho dito, nós preferíamos ter fechado estes dossiês com mais tempo, mas a negociação vai-se arrastando e o Bloco de Esquerda prefere negociar mesmo até ao final para conseguirmos, julgo eu, convergências importantes e medidas que podem fazer a diferença na vida das pessoas”, começou por dizer.
Segundo a líder bloquista, “ainda há espaço para melhorar muitas das medidas” em negociação, adiantando que para este fim de semana estão marcadas, com o Governo, “reuniões que serão muito importantes”.
“Faremos todo esse trabalho até ao último momento para termos o melhor orçamento possível”, garantiu, recusando assim fechar qualquer negociação “antes do tempo” porque “ainda há caminho para ser feito”.
O BE não abdica, continuou Catarina Martins, do tempo de que ainda dispõe para negociar as propostas, havendo “matérias em que é possível ir mais longe do que parecia inicialmente” e que “não estão ainda fechadas”.
“A fatura da eletricidade deve ter uma proposta combinada de várias medidas que permita, do nosso ponto de vista, uma baixa da fatura elétrica que não seja meramente simbólica e continuamos a trabalhar para isso. Ainda não está fechado”, exemplificou.
Confrontada com o anúncio, por parte do PCP, de medidas acordadas com o Governo, a coordenadora do BE explicou que o partido “anunciará as medidas quando elas tiverem fechadas”.
“Há matérias em que as coisas vão andando, estão mais ou menos determinadas e ainda bem. Há outras matérias, que são bastante complexas, não só na energia, mas também o problema das longas carreiras contributivas”, elencou.
Admitindo que a descida do preço da luz “é seguramente um dossiê complexo e determinante”, Catarina Martins adiantou “há medidas que não são propriamente novidade porque vêm dos orçamentos anteriores ou vêm de medidas que têm sido conquistadas”, dando o exemplo dos manuais gratuitos até ao 12.º ano que já estão implementados na Câmara de Lisboa, por acordo com o BE.
“Não está fechado. Quando estiver anunciaremos. Achamos que é preferível não fechar as negociações antes do momento de as fechar”, atirou.
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