Segundo a nova previsão, o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,7% em 2017, um aumento em relação aos 2,3% registados em 2016, mas uma diminuição de 0,1 pontos percentuais em relação às projeções divulgadas em junho.
O principal autor do relatório semestral do Banco Mundial sobre a situação internacional, Ayhan Kose, sublinhou que “as repercussões do que está a acontecer nos Estados Unidos não se limitam aos Estados Unidos".
“Há uma crescente incerteza sobre a futura orientação fiscal e comercial e sobre a política migratória e externa dos Estados Unidos”, refere o Banco Mundial.
Facto raríssimo, o Banco Mundial não forneceu novas projeções para os Estados Unidos, maior economia do mundo, por desconhecer o programa de Governo de Donald Trump, que toma posse a 20 de janeiro.
A instituição admite que algumas propostas feitas por Donald Trump podem apoiar o crescimento global, incluindo o seu plano de construção de infraestruturas e a proposta para diminuir os impostos.
“Uma política fiscal mais expansionista poderá levar a um crescimento mais forte nos Estados Unidos e no exterior a curto prazo”, disse Ayhan Kose.
Em comunicado, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, assegura que é o “momento certo” para aumentar o investimento em infraestruturas.
Mas, adverte o banco, a guerra comercial que Donald Trump lançou contra o México e a China poderá ter o efeito oposto e “minar a esperada recuperação do comércio mundial e do investimento”.
Alvo favorito de ataques protecionistas do futuro Presidente norte-americano, o México também vê a sua previsão de crescimento diminuir 0,5 pontos percentuais em 2017 para 1,8%.
Segundo o relatório, outras fontes de incerteza pairam sobre a economia mundial, especialmente na Europa, onde o Reino Unido se prepara para iniciar a discussão sobre a saída da União Europeia. O Banco Mundial prevê um crescimento económico para o Reino Unido de 1,2% em 2017.
De modo geral, refere o relatório, a Europa está ameaçada por uma tentação “populista”, que poderá ficar expressa em 2017 durante as eleições em França e na Alemanha, enquanto a zona euro parece consolidar a sua recuperação com um crescimento previsto de 1,5% para este ano.
“As próximas eleições, particularmente na Europa, podem desencadear um novo movimento protecionista”, segundo o Banco Mundial, que se manifesta preocupado com aquela possibilidade.
Devido ao cocktail de incertezas nos países ricos, as economias emergentes e em desenvolvimento estão condenadas à expetativa.
Globalmente, o crescimento económico daqueles países em 2017 deverá ser mais fraco do que o esperado em junho, mas com grandes disparidades entre as regiões.
Para a segunda maior economia do mundo, a China, o Banco Mundial prevê um crescimento de 6,5%, enquanto para a África Subsaariana uma redução de um ponto percentual para 2,9%.
“É vital acelerar o crescimento económico sustentável e inclusivo para acabar com a pobreza extrema”, sublinha o presidente do Banco Mundial.
Em relação ao Brasil e à Rússia, o Banco Mundial prevê que as suas economias voltem a crescer em 2017, após dois anos de recessão.
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