Em conferência de imprensa, o responsável pela administração interna regional catalã, Joaquim Forn, afirmou hoje que a polícia local não recebeu qualquer aviso da agência norte-americana de serviços secretos (CIA) ou do Centro Nacional de Contra Terrorismo, acrescentando que esses avisos são feitos através de canais estatais.
Porém, as autoridades regionais admitiram ter recebido dicas para possíveis ataques de outras fontes consideradas não credíveis.
Forn acrescentou que os avisos foram transmitidos ao Estado, que também não os valorizou, pelo que o tema não foi levado às reuniões de avaliação antiterroristas de 25 de maio e de 08 de junho, apesar de ter sido reforçado o dispositivo de segurança na Rambla, a avenida que liga a Praça da Catalunha ao antigo porto da capital catalã.
O responsável quis denunciar uma campanha de “intoxicação e desprestigio” contra a polícia da Catalunha, a quem o Estado transmitiu que nenhum dos avisos recebidos estavam relacionados com os ataques deste mês.
O ‘site’ Wikileaks já tinha questionado a veracidade da nota atribuída à CIA e que teria sido enviada a 25 de maio à polícia sobre um possível atentado jihadista na Rambla de Barcelona no verão.
A informação foi avançada hoje pelo El Periódico de Catalunha, segundo o qual serviços secretos dos Estados Unidos tinham lançado o alerta em maio.
Wikileaks, que tem divulgado e filtrado vários documentos secretos, escreveu na rede social Twitter que “o diário publica um documento da inteligência dos Estados Unidos altamente suspeito sobre um ataque do EI (autoproclamado Estado Islâmico) em Barcelona jantes do referendo catalão” de 01 de outubro.
A organização assinalou alguns erros no alerta como o uso do acrónimo “ISIS” (Estado Islâmico), em vez de “ISIL”, como é vulgar entre os serviços secretos e “Irak”, em vez de “Iraq”.
Espanha foi a meio deste mês alvo de dois ataques terroristas, em Barcelona e em Cambrils, na Catalunha, que fizeram 16 mortos, entre os quais duas portuguesas, e 125 feridos.
Os ataques foram reivindicados pelo EI.
Segundo as autoridades espanholas, a célula responsável pelos ataques era constituída por 12 homens, oito dos quais foram abatidos e quatro detidos após os ataques.
Dos quatro detidos, dois foram libertados condicionalmente e outros dois estão detidos sem fiança.
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