Há duas semanas, no final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2019, que decorreu entre 22 e 27 de janeiro na Cidade do Panamá, foi anunciado o nome da cidade de Lisboa como a próxima capital da juventude católica de todo o mundo em 2022.
O local escolhido para o evento será o Parque Tejo, uma zona que abrange território dos concelhos de Lisboa (Parque das Nações) e de Loures (Bobadela).
Do lado do concelho de Loures, moradores e a autarquia da Bobadela receberam a notícia com “grande satisfação”, esperando que o evento possa atrair mais gente para a localidade, mas também revitalizar a zona ribeirinha.
Um dos desejos para essa revitalização, disse à agência Lusa o presidente da União de Freguesias da Bobadela, São João da Talha e Santa iria da Azoia, Nuno Leitão, é que ela contemple a retirada do terminal de contentores daquele local.
Contudo, o autarca defende que as expectativas em torno da deslocalização daquela infraestrutura, que foi ali instalada em 2010 e que está sob gestão da Infraestruturas de Portugal (IP), devem ser “moderadas”.
“Existe, claramente, todo o interesse em que essa deslocalização seja feita, mas eu sou muito pragmático e acho que não devemos ter, para já, uma expectativa muito alta”, ressalvou o autarca, referindo que já enviou um ofício para o ministro do Planeamento e das Infraestruturas para perceber qual é a viabilidade dessa solução.
Nuno Leitão considerou que a zona escolhida para as JMJ “tem muito potencial” e defendeu que “a solução que for encontrada deverá perdurar no tempo”.
“Acreditamos que este evento poderá ter um efeito bola de neve e ajudar a dinamizar o comércio local da Bobadela. Da parte da junta de freguesia estamos totalmente disponíveis para prestar todo o apoio logístico”, referiu.
No mesmo sentido, alguns dos moradores da Bobadela ouvidos pela Lusa disseram esperar que o evento ajude a requalificar o que faltou em 1998 - ano da Expo ’98 - e a acabar com a “barreira visual” para o Tejo formada pelos contentores.
“A requalificação da zona ribeirinha é uma promessa que já ouvimos há muitos anos. Aqueles mamarrachos dos contentores são um bom exemplo de algo que já não devia estar ali. Aguardemos por um milagre”, afirmou José Santos, residente na vila da Bobadela há mais de 40 anos.
Por outro lado, Odete Ramos, que mostra grande entusiasmo com a visita do papa, perspetivou que o evento possa ajudar a levar mais gente à Bobadela e à região de Lisboa, mas lançou um apelo à organização.
“Espero que aproveitem para fazer uma enorme zona de lazer que possa vir no futuro a ser aproveitado por todos. As coisas não podem voltar ao mesmo depois de o evento terminar”, defendeu.
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