Num comunicado, o ministério do Clima austríaco anunciou hoje “pontos-chave para a promoção da diversificação do gás”, elaborados pelo Governo em conformidade com uma nova lei recentemente aprovada no parlamento.
“As empresas que trazem gás natural não-russo para a Áustria e o utilizam aqui entre 01 de julho de 2022 e 31 de dezembro de 2022 receberão financiamento para cobrir parte dos custos adicionais”, diz o comunicado,
O ministério sublinha que os subsídios de fontes alternativas ao gás russo reduzirão a dependência energética da Áustria, uma vez que o país compra 80% do gás importado à Rússia, embora parte seja para depois exportar.
No entanto, é um “requisito” para o subsídio “que o gás seja armazenado em depósitos austríacos ou consumido na Áustria”, salienta o ministério.
Por enquanto, o Governo disponibilizou um total de 100 milhões de euros para cobrir tais subsídios, embora não exclua que o montante possa ser aumentado no futuro.
Prevê também a possibilidade de prolongar o período de validade da medida para além do final do ano “se necessário”.
O anúncio dos subsídios segue-se a uma queda significativa no armazenamento de gás na semana passada, provocado por uma redução para metade dos fornecimentos da Rússia e um aumento das exportações para Itália.
A Áustria receia não poder encher os tanques de armazenamento de gás, atualmente em 45%, antes do início da estação de aquecimento.
Para atingir a meta estabelecida com os parceiros da União Europeia (UE) de 80% até novembro, a República alpina precisa de armazenar o suficiente para gerar um total de 33.512 giga watts horas (GWh), o que significaria uma taxa média de 368 GWh por dia para os próximos 91 dias.
Mas desde terça-feira passada que os volumes injetados têm sido muito mais baixos, com vários dias abaixo dos 100 GWh.
Falando à televisão pública austríaca ORF, a ministra do Clima, Leonore Gewessler, ambientalista, descreveu a situação como “séria e tensa”, que será discutida numa reunião extraordinária do gabinete na terça-feira.
Além disso, o FPÖ (Partido da Liberdade ultranacionalista), que se opõe às sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia e acusa o Governo de inação nos últimos meses após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro, exige a convocação do Conselho de Segurança Nacional.
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