Das 205 mortes, 112 foram registadas no sul da Faixa de Gaza, avançou a agência de notícias palestiniana Sanad, ligada ao movimento islamita Hamas, que controla o território.

Num balanço inicial, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, tinha apontado a morte de pelo menos 44 pessoas.

Dezenas de pessoas foram mortas em ataques na cidade de Khan Yunis, incluindo membros de duas famílias que estavam nas suas casas quando foram bombardeadas pelo exército israelita.

Além dos ataques aéreos, foram também registados disparos de tanques na mesma cidade, no sul da Faixa de Gaza, indica a mesma fonte.

Outras áreas visadas pelas tropas israelitas incluem o sul e o leste de Rafah, referiu a Sanad, bem como a Cidade de Gaza, a norte.

As vítimas dos ataques estão a chegar ao Hospital Al Shifa (norte) e ao hospitais Nasser e Europeu (sul), de acordo com imagens distribuídas pelos meios de comunicação palestinianos, que mostram crianças e bebés entre os mortos.

Relatos dos meios de comunicação palestinianos mencionam o vice-diretor do Ministério do Interior do Hamas, Mahmoud Abu Watfa, como uma das vítimas mortais.

Após os ataques, o ministro da Defesa de Israel anunciou que o país “retomou os combates” na Faixa de Gaza até que todos os reféns ainda retidos pelo Hamas sejam libertados.

Num comunicado, o ministro Israel Katz disse que “as portas do inferno se abrirão em Gaza” se os reféns não forem libertados.

“Não pararemos de lutar até que todos os nossos reféns estejam em casa e tenhamos alcançado todos os objetivos da guerra”, acrescentou.

O Hamas avisou que os novos ataques violam o cessar-fogo e colocam em risco o destino dos reféns.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que ordenou os ataques devido à falta de progressos nas negociações em curso para prolongar o cessar-fogo.

“Isto aconteceu depois de o Hamas se ter recusado repetidamente a libertar os nossos reféns e ter rejeitado todas as ofertas que recebeu do enviado presidencial dos EUA, Steve Witkoff, e dos mediadores”, afirmou o gabinete de Netanyahu.

“Atualmente, as IDF [sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel] estão a atacar alvos da organização terrorista Hamas em toda a Faixa de Gaza para atingir os objetivos da guerra, tal como determinado pela liderança política, incluindo a libertação de todos os nossos reféns, vivos e mortos”, referiu o comunicado.

Depois do início dos ataques, a proteção civil de Israel anunciou hoje o encerramento de escolas em zonas que fazem fronteira com a Faixa de Gaza.

“Após uma avaliação da situação […] não será permitida qualquer actividade educativa” nesta área até novo aviso, de acordo com instruções divulgadas pelo exército israelita.