"A abertura dos centros comerciais aos domingos foi decisão incontestada, compatível com a vida moderna, e com as reais necessidades dos consumidores. Entendemos não fazer sentido o país voltar a um debate que a sociedade já ultrapassou", refere a APCC em comunicado, numa reação às palavras de D. Manuel Linda que alertou para os transtornos psicológicos dos trabalhadores e para o fracionamento dos encontros familiares causados pelo trabalho por turnos e pela abertura dos centros comerciais e dos supermercados ao domingo.
Afirmando respeitar a opinião do Bispo do Porto, a APCC precisa que "não pode deixar de manifestar total desacordo" até porque "a flexibilidade dos horários adaptou-se na perfeição à vida dos portugueses".
"A liberalização dos horários do comércio foi uma conquista do Portugal democrático, que consideramos da maior importância para que as populações tenham livre acesso a todas as ofertas de retalho, lazer e serviços, sempre e quando entenderem, não estando condicionadas por horários semanais ou diários", afirma ainda o comunicado da APCC, salientando também "o contributo para o crescimento da empregabilidade direta e indireta" proporcionado pela "maior amplitude dos horários de abertura ao público".
"Pensemos no novo esclavagismo da laboração contínua, legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos. Pensemos como os critérios dos turnos, em setores onde, para além da ganância, nada os justifica", referiu D. Manuel Linda, citado pelo Jornal de Notícias.
Num comunicado hoje emitido em que anuncia que marcou greve para o 1.º de Maio, o CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal lembra e saúda a intervenção do Bispo do Porto.
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