Sexta-feira é um dia que, salvo raras exceções, é amplamente ansiado por todos. Não admira, é a última barreira a transpôr para cruzar a meta e entrar naqueles tão desejados dois dias de descanso.
Mas esta sexta-feira não antecede apenas o fim-de-semana. Hoje foi a data em que se deram passos significativos para os próximos tempos.
No que toca ao futuro imediato do país, este foi hoje mais ou menos fixado na Assembleia da República, com a aprovação do Orçamento de Estado para 2020.
Dez horas de debate, repartidos por dois dias, desembocaram num cenário já previsto, mas nem por isso menos importante: o Governo conseguiu aprovar o documento de Centeno, bastando-lhe os votos do PS e a abstenção da esquerda. O ministro das Finanças disse que este é um orçamento de Estado mas também de “Equilíbrio”, de “Estabilidade” e de “Esquerda”. Já a direita diz que é de “Engodo”.
Com esta aprovação, segue agora o documento para o debate na especialidade, sendo que todos os partidos já avisaram que não vão dar tréguas ao executivo de Costa, quer na sua negociação, quer na sua oposição. De resto, pode acompanhar todos os procedimentos do dia aqui.
Só que, entre investimentos e cativações, há mais a ter em conta quanto a estes tempos que nos esperam. Estamos à entrada da década e são muitos os desafios que se avizinham. Como tal, o SAPO24 propõe vinte temas para pensar nos próximos dez anos, através do especial 20/30.
Das migrações ao 5G, dos hábitos de consumo à saúde mental, do futuro da ciência à novas formas de relacionamento, convidámos várias personalidades para participar nesta série, série vídeo, texto e fotografia. Um dos tópicos a ser objeto de reflexão, as alterações climáticas, é abordado por Diogo Silva, um dos rostos da greve climática em Portugal, que alerta para a urgência do tema.
Mas não é apenas o ativista a pensar as questões da sustentabilidade. Lisboa também o tem feito e é por isso que amanhã a cidade vai passar a ser a Capital Verde Europeia para 2020. Com os olhos postos no futuro, a metrópole propõe-se a mudar o presente, tendo recebido esta distinção da Comissão Europeia pelos seus esforços em prol da sustentabilidade.
O eixo Jardim Amália Rodrigues-Parque Eduardo VII vai ser o epicentro da cerimónia, mas o programa estende-se ao longo do ano. Numa conversa a ser publicada amanhã, o vereador da Estrutura Verde do município, José Sá Fernandes, promete que o percurso vai ser de evolução contínua, mas a julgá-lo estarão também as associações ambientalistas, que crêem que o selo atribuído a Lisboa também pode atuar como força de pressão para que esta resolva alguns dos problemas que ainda a afetam, da mobilidade ao ruído.
E por falar em pressão, Rui Rio deverá estar a senti-la neste momento. O presidente do PSD pode deixar de o ser no fim deste sábado, já que o partido vai a votos em eleições diretas. Depois de sobreviver a uma moção de confiança, o líder social democrata tem agora de bater-se com Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz, sendo que o processo pode ainda ir a segunda volta.
Por estas razões, vale a pena ansiar pelo futuro. Mas há mais: no próximo dia 15 de janeiro, o SAPO24 estreia o documentário "Jogar à Canelas", dando a conhecer as histórias e o quotidiano deste clube nortenho à beira de fazer história se alcançar as meias-finais da Taça de Portugal. Pode ter aqui um gostinho especial do que aí vem:
Terminando este texto numa volta de 180 graus, façamos uma última paragem no passado, mas abordando alguém que só pensou apenas no futuro durante a sua vida. Este dia 11 de janeiro marca quatro anos desde que David Bowie nos deixou. Mais do que cantor, o multifacetado artista britânico foi uma das cabeças mais vanguardistas do seu tempo. Por isso mesmo, vale a pena recordá-lo, uma e outra vez.
O meu nome é António Moura dos Santos e hoje o dia foi assim.
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