O Benfica fintou-se a si próprio na noite de ontem. Depois de chegar aos 90' minutos a ganhar por 2-0, deitou tudo a perder nos últimos minutos, com um empate que soube a derrota frente ao Leipzig. "Passarinhos", lia-se hoje na capa da Bola (sabia que pode ver todos os dias pela fresca as capas dos jornais e revistas no SAPO24?). Recordo o desaire não para ferir suscetibilidades, mas porque o Tomás Gomes traduziu em palavras esse amargo de boca, e vale a pena a recomendação de leitura.
Mas, como diz o ditado, a caravana passa. E hoje o FC do Porto tem razões para festejar na Liga Europa. A crónica de jogo tem a assinatura do João Dinis: "Três minutos de Aboubakar por dia, não sabe o bem que lhe fazia", e mais não digo. Também esta noite jogaram o Sporting de Braga, o Vitória de Guimarães e o Sporting. As análises de jogo estão a cargo de Miguel Morgado, Tomás Gomes e António Moura dos Santos, para ler não tarda em 24.sapo.pt.
Ainda sobre os jogos a norte, mas desta feita fora do estádio, a noite de ontem ficou marcada pelos distúrbios provocados por adeptos ingleses e belgas nas ruas da Invicta. O Pedro Botelho fez o relato de madrugada e deu-lhe seguimento ao longo do dia de hoje. Em resumo, um britânico foi detido e 16 belgas foram identificados. Rui Moreira, presidente da câmara do Porto, pediu mais meios ao ministério da Administração Interna para acabar com a "perceção de falta de segurança pública na cidade".
Dos estádios para os hospitais, os relatos não são animadores. Enquanto no Parlamento se discute a saúde dos portugueses — com o primeiro-ministro a errar nas contas dos tempos de espera e Marta Temido a dizer que "nada inibe" os hospitais de contratar (fora aquele despacho que impede as unidades de saúde de aumentar o número de trabalhadores em 2020) — os casos que fazem manchete na comunicação social são tudo menos animadores: desde o homem a quem foi recusado um exame por estar a dever taxas moderadoras já prescritas, até à paciente que foi transferida para um hospital onde não tinha vaga e deixada 10 horas sem vigilância, acabando por falecer.
Por cá ainda, há novos episódios todos os dias na "série" Livre, sem data prevista para a conclusão da temporada. No que ao conflito entre deputada e partido diz respeito, o tema foi entregue à Comissão de Ética. No que à discussão da Lei da Nacionalidade concerne — cuja proposta foi entregue com dias de atraso, apesar de ser bandeira do partido — Ferro Rodrigues conseguiu o consenso e irá acabará mesmo por ser discutida dia 11 de dezembro, juntamente com as propostas do BE, PCP e PAN.
Diz-se que no news is good news [não ter notícias é boa notícia], mas nem sempre é assim. Hoje Portugal foi mais uma vez distinguido nos Óscares do Turismo e, se olharmos (e sonharmos) além fronteiras, percebemos que andamos ainda nos capítulos iniciais da História.
E a nota positiva impõe-se num dia como este, Thanksgiving, ou Dia de Ação de Graças para os norte-americanos. E se há tradição que vale a pena importar (ponho aqui as minhas fichas todas) é esta. Sim, há dias maus. Sim, nem tudo está ganho. Mas há também que saber estar grato pelo caminho já percorrido, pelas conquistas alcançadas — para que o amargo de boca (e de espírito) não seja uma condição da vida.
Há muito mais para saber, mas não me quero alongar, sugiro que veja a nossa seleção cronológica do que foi notícia hoje. Dão-me duas linhas de conversa, e não paro mais, bem sei, poderá dizer-se que é vício profissional, mas permitam-se apenas umas notas finais, já de olhos postos nos dias que temos pela frente.
Para os alfacinhas, duas notas: 1) amanhã, pelas 18h00, acendem-se as luzes de natal da capital; 2) também esta sexta-feira, logo de manhã, saberemos em detalhe qual a programação da Capital Verde Europeia 2020, que marcará o próximo ano, em Lisboa.
Para quem nos lê do Porto, destaco a apresentação do livro "Cinco Voltas na Bahia e um Beijo para Caetano Veloso", de Alexandra Lucas Coelho, às 18:45, na Livraria Flâneur (rua de Fernandes Costa, 88).
Aos restantes uma recomendação para o serão: O Irlandês, da Netflix. O entusiasmo à volta deste filme é tanto que o meu único conselho é que o veja antes que alguém o estrague para si. Estreou ontem e já andamos todos a fintar spoilers.
E com isto me despeço, agradecendo desde já os minutos que me dispensou. O meu nome é Inês F. Alves e Hoje o Dia foi Assim.
Comentários