De acordo com os investigadores, que criaram modelos informáticos e monitorizaram as temperaturas, as alterações ao clima, geradas pela atividade humana, fizeram com que fosse dez vezes mais provável a ocorrência de um verão tão quente como o registado.
No ano 2050, o verão de 2017 será típico no sul da Europa se o mundo não conseguir reduzir as concentrações de gás de efeito estufa na atmosfera, indica o estudo.
Esta investigação foi realizada no âmbito do projeto científico internacional Worldwide Weather Attribution, que visa determinar se os episódios meteorológicos extremos estão ligados ao aquecimento global.
“Descobrimos provas claras de uma influência humana no recorde de calor este verão — sobre a temperatura geral e especificamente sobre a vaga de calor, batizada de ‘Lúcifer'”, indicou Geert Jan van Oldenborgh, investigador do Royal Netherlands Meteorological Institute (KNMI).
Esta vaga de calor atingiu particularmente o sudeste de França, Itália e Croácia. O estudo estima que um episódio deste tipo é hoje, em média, quatro vezes mais provável que em 1900.
“Muitas comunidades no sul da Europa têm agora uma probabilidade de uma em dez de viver um episódio de calor tão forte como o deste verão. No início do século XX um verão assim era algo extremamente raro”, disse Geert Jan van Oldenborgh.
Para o investigador Robert Vautard, do Laboratório de Ciências do Clima e do Ambiente (LSCE), “é essencial que as cidades trabalhem com os cientistas e os especialistas em saúde pública para desenvolver planos de ação, porque o calor extremo será a norma a meio do século”.
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