Num comunicado difundido em Londres no âmbito das celebrações de 08 de março, o Dia Internacional da Mulher, a organização elogiou as mulheres de todo o mundo que dão a cara às políticas e discursos que violam os seus direitos.
A AI critica a normalização de um discurso que defende os valores tradicionais e uma determinada conceção de família, algo que, segundo a plataforma, “impulsiona uma agenda que nega a igualdade como direito das mulheres”.
Defende também a necessidade de aplicar políticas que abordem a violência de género e o direito das mulheres de decidir sobre o seu corpo e a sua saúde sexual e reprodutiva.
Segundo Ana Rebollar, diretora adjunta da AI de Espanha, “é preocupante que este tipo de discursos faça parte das agendas políticas, algo que parece uma estratégia global contra os direitos das mulheres”.
Rebollar acrescentou na nota que a resposta delas “é mais forte que nunca, o feminismo cresce, e cada vez mais há gerações mais jovens envolvidas nesta luta”.
A AI relembra que a violência contra as mulheres é um tipo de agressão que apenas elas sofrem, simplesmente pelo facto de serem mulheres, e é um flagelo que existe em todos os países.
Lamenta, assim, que alguns partidos políticos queiram ocultar este tipo de violência envolvendo-o num conceito amplo que é a esfera familiar, inviabilizando e negando a desigualdade estrutural que está na base das agressões contra as mulheres.
No México, segundo o comunicado, dez mulheres são assassinadas por dia e 90% dos casos de feminicídio naquele país ficam impunes.
Uma das principais batalhas em diversas partes do mundo é a educação em igualdade, diversidade e sobre como combater a violência de género, segundo a AI.
A plataforma humanitária denuncia o assédio sofrido pelas ativistas, políticas e defensoras dos direitos das mulheres que continuam a ser objeto de agressão, ameaças e observa que esta pressão não pode ser “menosprezada”.
Observa que, por exemplo, quando os países como a Arábia Saudita querem limpar a sua imagem de violações de direitos humanos, fazem-no dando a conhecer avanços conquistados por mulheres, como o direito a conduzir, embora mantenham presas ativistas como Loujain al-Hathloul, detida por ter publicado um vídeo a conduzir.
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