De janeiro até ao primeiro dia de setembro deste ano, o bioma (conjunto de ecossistemas) Amazónia acumulou 47.804 focos de incêndio, sendo que no período homólogo do ano passado foram registados 23.045 focos.
Tendo em conta o primeiro dia de setembro de 2018, registaram-se menos 100 incêndios nesse dia do que os registados no passado domingo, com 880 focos.
O recorde para um mês de setembro foi atingido em 2007, quando o índice chegou aos 73.141 focos.
Agosto deste ano foi o pior mês para a Amazónia desde 2010, com o número de incêndios na região a triplicar em relação a agosto do ano passado, passando de 10.421 em 2018 para 30.901 em 2019.
Segundo dados do INPE, nos últimos 15 anos, o número de incêndios em setembro foi quase sempre superior ao de agosto, com exceção de 2010, quando os satélites do Instituto apontaram 45.018 fogos em agosto e 43.933 em setembro.
Se alargarmos geograficamente a pesquisa a todo o território brasileiro, e não apenas à região da Amazónia, entre janeiro e agosto registaram-se 90.501 focos de incêndio em todo o país, contra 52.926 no mesmo período do ano passado, o que representa um crescimento de 71%.
A Amazónia é o bioma mais afetado pelos incêndios no Brasil, seguindo-se o cerrado, que é o segundo maior bioma brasileiro, ficando atrás em extensão apenas da floresta amazónica, com dois milhões de quilómetros quadrados.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta. Tem cerca de cinco milhões e meio de quilómetros quadrados e inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (território pertencente à França).
O Presidente da República brasileiro, Jair Bolsonaro, emitiu em 29 de agosto um decreto de proibição das queimadas pelo prazo de 60 dias, como parte da resposta do Governo à crise na Amazónia.
Contudo, segundo dados da organização não-governamental (ONG) Greenpeace, que cita dados do INPE, nas primeiras 24 horas após a assinatura do decreto, o número de focos de queimadas na região aumentou 106%.
"Não se apagam fogos com decretos. Ele é importante, mas tem de estar articulado com fiscalização. Na prática, o Presidente não tem esse controlo", disse fonte da Greenpeace ao portal de notícias UOL.
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