Gritos de alegria e de satisfação pela plantação de uma árvore pela primeira vez misturaram-se com a própria animação das figuras oficiais, que também não se inibiram de meter a mão no terreno para deixarem o seu pinheiro plantado no pinhal de Leiria.
O secretário de Estado da Educação, João Costa, foi o primeiro a dar o exemplo. Munido de uma pá, cavou e plantou. A seguir, ajudou os presidentes e vereadores das autarquias de Leiria e Marinha Grande, assim como outras entidades presentes.
Foi escolhido um talhão, com cerca de 29 hectares, dos quais 20 foram consumidos pelas chamas, em Pedreanes, no concelho da Marinha Grande. A primeira ação de reflorestação no pinhal de Leiria ainda está longe de concluir este talhão. “Para replantar um talhão são precisos cerca de 70 mil árvores”, explicou fonte da autarquia.
João Costa salientou que ver todas as crianças e jovens a replantarem a floresta ardida “dá esperança e “a certeza de que este tipo de comportamento não se conquista na sala de aula”, mas “conquista-se fazendo-se este tipo de atividades”.
“Transformar a floresta numa sala de aula conquista-se pela ação. Estes alunos facilmente se esquecerão de uma aula, mas não se esquecem desta aula. Isso é que é fundamental, que a educação se converta em ação e se converta em cidadania”, acrescentou o secretário de Estado.
O governante desafiou ainda outras escolas de todo o país a “associarem-se nesta campanha”. “Isto não é uma coisa pontual. É uma ação de sensibilização, de conhecimento e de ação. Estamos a fazer uma atividade que se insere num quadro de toda a estratégia da educação para a cidadania e também da resposta do governo no setor específico da educação, para prepararmos estas gerações para que pesadelos como este sejam cada vez menos uma realidade”.
A presidente da Câmara da Marinha Grande, Cidália Ferreira, disse acreditar que estes jovens vão “saber cuidar melhor do pinhal do que foi até hoje”.
“Quando se envolvem as pessoas desde pequenas, vão crescer com os cuidados e devidas preocupações para que aquilo que aconteceu não se volte a repetir. Quando se olha para os jovens existe sempre esperança em qualquer ação, porque estamos a lidar com gente pura. Eles têm uma enorme tarefa. Aquilo que nos legaram como um património já construído quando nascemos já não existe. Estamos a dar-lhes a sua própria identidade, de um país, de um local que foi construído há 700 anos por outras mãos. Hoje, são eles que vão ter nas suas próprias mãos a reconstrução deste novo espaço”, salientou a presidente.
Cidália Ferreira lembrou que existem muitos hectares para reflorestar e que “é preciso envolver todo o país”.
Para o presidente do Município de Leiria, Raul Castro, “é gratificante ver esta paisagem triste cheia de crianças a plantar o pinhal que foi queimado”.
“É uma imagem extraordinária que deveria ser projetada para todo o país, porque este exemplo merece ser replicado. Desafio que todos venham ao pinhal de Leiria. Todos vão ficar donos do pinhal de Leiria”, acrescentou o autarca, considerando esta uma iniciativa “fantástica”.
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