“Em 2020 precisamos de países que se comprometam com medidas muito mais ambiciosas” para combater as alterações climáticas, sobretudo em matéria de “política fiscal e financeira”, declarou Guterres à comunicação social depois de se reunir com o Presidente austríaco, Alexander van der Bellen.
Neste contexto, o chefe da ONU reiterou o seu apelo recente para que se tributem os combustíveis fósseis, em vez de os subsidiar, e, em contrapartida, baixar os impostos sobre o rendimento.
“Considero absurdo que estejamos a taxar os salários e os rendimentos, mas não o carbono. Não entendo como se está a utilizar o dinheiro dos contribuintes para subsidiar os combustíveis fósseis, aumentar os furacões, aumentar a seca, derreter glaciares, branquear os corais e multiplicar os desastres em todo o mundo”, sublinhou.
O secretário-geral da ONU avisou que o acordado em Paris sobre o clima, apesar de ter sido um “êxito enorme”, não vai ser suficiente para alcançar o objetivo de limitar o aumento da temperatura em 1,5 graus até ao final do século.
O risco de que o aquecimento global possa superar os três graus seria “catastrófico”, destacou.
“Precisamos que em 2020 os países assumam compromissos muito mais fortes do que os que foram assinados em Paris”, reiterou.
Guterres chegou hoje à capital austríaca, onde, entre outras iniciativas, participou na cerimónia de celebração dos 40 anos da sede da ONU em Viena.
Na mesma cidade vai assistir na manhã de terça-feira, juntamente com o ator e ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, e a ativista adolescente sueca Greta Thunberg, à R20 Austrian World Summit, uma cimeira que junta dirigentes políticos, empresariais e da sociedade civil para promover os objetivos de desenvolvimento da ONU, com um foco especial no clima e ambiente.
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