“Declaro uma greve de fome para pedir a aplicação da lei e para ser assistido por um médico”, escreveu Navalny na sua conta na rede social Instagram, em que diz sofrer de dores nas costas e nas pernas.
“Que posso fazer em contrário? Tenho o direito de ser analisado por um médico e de receber medicamentos. E não me permitem nem uma coisa nem outra”, prosseguiu.
Este anúncio surge após o crítico do Kremlin ter afirmado na semana passada que a sua saúde se deteriorava.
Vítima de um envenenamento com um agente neurotóxico em agosto passado, atribui a responsabilidade ao Kremlin, que rejeita qualquer envolvimento.
Militante anticorrupção e feroz crítico do Presidente Vladimir Putin, foi detido em janeiro, logo após o seu regresso à Rússia proveniente da Alemanha, onde permaneceu em convalescença durante cerca de cinco meses.
Em fevereiro foi condenado a dois anos e meio de prisão num caso de fraude ocorrido em 2014 e que o próprio, diversas organizações não governamentais (ONG) e várias capitais ocidentais consideram conter motivações políticas.
Na semana passada, o seu círculo mais próximo disse recear pela sua saúde em detenção, com o opositor a queixar-se de fortes dores nas costas e na perna direita. Por sua vez, a administração penitenciária considerou que se encontrava num estado “satisfatório”.
Na quarta-feira, Navalny afirmou que também sofria de dores na perna esquerda. “Já não sinto algumas partes da minha perna direita, e agora da minha perna esquerda”, escreveu.
Reafirmou ainda ser vítima de “tortura por privação do sono”, assegurando que é acordado “oito vezes por noite” durante o período de controlo efetuado pelos guardas prisionais.
Na segunda-feira, Navalny também afirmou no Instagram ter recebido diversas advertências desde o seu encarceramento, e que poderão implicar um possível envio para uma célula disciplinar.
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