O novo chefe de Governo da Alemanha descreveu o bombardeamento israelita de uma escola que albergava pessoas deslocadas como uma “tragédia humana e catástrofe política”.

O atentado desta manhã fez pelo menos 31 mortos, muitos deles crianças.

“Sinceramente, não compreendo o objetivo do que o Exército israelita está a fazer em Gaza neste momento. Infligir este tipo de sofrimento à população civil, como tem acontecido cada vez mais nos últimos dias, é algo que já não pode ser justificado na luta contra o terrorismo do Hamas”, disse, sob Merz.

Numa das críticas mais duras até agora às ações de Israel, Merz admitiu que a Alemanha, um aliado tradicional da Israel, deve abster-se, mais do que qualquer outro país, de criticar Israel publicamente, mas afirmou que “se forem ultrapassados limites que violem o direito internacional, o chanceler alemão tem a obrigação de o denunciar”.

Merz anunciou que vai falar sobre a situação no Médio Oriente com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, esta semana, e assegurou que repetirá a mesma mensagem que lhe transmitiu noutras ocasiões à porta fechada: “Não exagerem!”.

O chanceler alemão afirmou que não há desacordo dentro da União Europeia (UE) sobre a forma como a situação deve ser abordada e que medidas devem ser tomadas para pressionar Israel, mas que a única diferença entre os países é o quão explícitas são as críticas.

Apesar da possibilidade que levantou de que Israel estava a violar o direito internacional, afirmou que a UE está “do lado de Israel” e apelou ao Governo em Telavive para não agir de uma forma “que os seus melhores amigos não estejam dispostos a aceitar”.