“O apoio de particulares ou empresas é essencial porque só 35% dos custos da nossa atividade são cobertos pelo Estado”, disse à agência Lusa o secretário-geral da instituição, Luís Cardoso de Meneses, na véspera do Dia Mundial da Criança.
Até ao momento, foram recolhidos 12.000 euros, uma média de 18 euros por doação. A doação fica associada à conta do utilizador que promoveu a iniciativa, mas por detrás do valor angariado está toda a rede de amigos que respondeu ao apelo.
“Assim que esta funcionalidade ficou disponível em Portugal, aderimos e, de facto, tem sido um apoio bom para a associação. Tem tido uma adesão bastante considerável”, afirmou o responsável.
Por vezes, as doações ultrapassam o valor pedido. A ação de um amigo acaba por motivar a reação de outro, gerando um espírito de grupo e de ajuda por parte de quem se mobiliza por uma causa.
Por outro lado, “é mais fácil para quem doa”, assumiu Luís Cardoso de Meneses.
O Facebook gere o processo de acreditação das instituições, recolhe as verbas e faz a transferência dos montantes angariados, mediante documentação e comprovativos anteriormente recolhidos junto das entidades candidatas, que assinam um termo de responsabilidade.
“As coisas estão a mudar, o digital está a mudar a sociedade e obviamente também na área das instituições de solidariedade social está a mudar a forma como chegamos às pessoas e como podemos partilhar aquilo que fazemos com quem nos apoia”, observou.
A organização acolhe 120 crianças e jovens nas aldeias de Bicesse (Cascais), Gulpilhares (Vila Nova de Gaia) e na Guarda. São crianças retiradas às famílias por ordem judicial e às quais se pretende proporcionar um ambiente familiar.
Paralelamente, desenvolve outro programa, de fortalecimento familiar, que abrange 260 crianças e cujo objetivo é trabalhar com as famílias, quando são sinalizadas situações de risco, para evitar a institucionalização.
O programa de fortalecimento familiar funciona em Rio Maior, Guarda e Oeiras.
“Este programa vai ao encontro das recomendações das Nações Unidas, que estamos a financiar com recursos próprios, no sentido de manter a criança, na medida do possível, no seu ambiente de origem, promovendo competências parentais”, explicou o secretário-geral.
Apenas para a institucionalização existe financiamento estatal, mas as necessidades são muitas, face a despesas de alimentação, saúde, roupa e atividades das crianças e jovens, “como numa família normal”, frisou.
De acordo com a mesma fonte, a funcionalidade agora disponível em Portugal foi lançada nos EUA e tem sido usada, com sucesso, noutros países onde a organização está presente.
As Aldeias SOS integram a ONU desde 1995, como ONG consultiva junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas e foram nomeadas 14 vezes para o Prémio Nobel da Paz, segundo a informação institucional disponível.
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