“Eu estou à espera que o Pai Natal dê juízo a um conjunto de políticos que ainda não perceberam que o povo precisa de estabilidade e a população não quer eleições, não quer confusões”, afirmou Miguel Albuquerque, questionado sobre os seus desejos de Natal.
O governante falava aos jornalistas à margem da inauguração das iluminações natalícias, na Praça do Povo, no centro do Funchal, onde está instalada uma árvore de 30 metros.
O social-democrata insistiu na ideia de que as pessoas querem “ter o seu Natal em paz, continuar a ter a economia a crescer”, e criticou as “criaturas que andam aí, que pensam que a vida é só jogadas políticas, moções e deitar governos abaixo”.
“Querem ir para o parque infantil, vão e tomem conta do baloiço. Agora, estar a brincar com a vida das pessoas e das empresas é que não”, declarou.
“Em segundo lugar, faço votos que este Natal traga para todos os madeirenses a continuação daquilo que temos prosseguido em conjunto, que é o crescimento económico, a empregabilidade, o desenvolvimento da nossa região e o bem-estar de todos”, acrescentou, reiterando que é “fundamental” que o Orçamento Regional para 2025 seja aprovado.
As iluminações natalícias vão colorir as principais avenidas e artérias do centro e arredores do Funchal, na Madeira, entre hoje e 08 de janeiro.
Abrangem as principais avenidas e artérias de todas as freguesias do Funchal, incluindo edifícios públicos, monumentos, praças, largos, igrejas, fortalezas, palácios, ribeiras e jardins.
Questionado sobre o facto de as luzes ainda não estarem todas concluídas, o governante admitiu que é algo recorrente ano após ano, justificando com o facto de os concursos serem burocráticos.
“Todos os anos é recorrente, mas não há maneira de contornar, porque nós não podemos violar a lei”, disse.
As luzes acendem às 18:00 e serão apagadas à 01:00 na maior parte dos dias, exceto em 23, 24 e 31 de dezembro, quando são desligadas às 06:00 do dia seguinte, e nos dias 25 e 30 de dezembro, em que vão ficar a funcionar até às 04:00.
Muitas pessoas deslocaram-se hoje ao centro do Funchal para o arranque oficial da Festa, nome pelo qual é conhecida a época natalícia na região.
A baixa funchalense conta com um conjunto de atrações, entre os quais se destacam uma pista de gelo, um parque de diversões e um Mercadinho de Natal com bebidas e gastronomia tradicional.
No Cais do Funchal foi criado o “Caminho Celestial das Tempestades”, uma “instalação imersiva e inovadora, com recurso à tecnologia de realidade aumentada”, conforme revelou a Secretaria Regional de Economia, Turismo e Cultura, numa informação enviada à Lusa.
Na zona central do Funchal, na Rua Fernão de Ornelas e zonas contíguas, assim como no Jardim Municipal, as iluminações inspiram-se na borboleta Cleópatra-da-Madeira, “uma espécie endémica da ilha que tem como característica singular o facto de ser luminosa e fluorescente”.
A Praça Colombo conta com uma instalação 3D, “simulando uma bola e uma árvore de natal estilizadas, que servirá de ‘photopoint'”, enquanto a Praça CR7 e a Avenida Sá Carneiro estão preenchidas com medusas.
O Governo Regional lançou dois concursos públicos, no valor total de 3,6 milhões de euros (sem IVA), para a conceção, construção, montagem e desmontagem das iluminações de Natal e Ano Novo em 2024/2025 e 2025/2026 e de Carnaval nos próximos dois anos.
O parlamento da Madeira debate, a 17 de dezembro, uma moção de censura ao Governo Regional minoritário, apresentada pelo Chega, que justificou o documento com os processos judiciais em curso envolvendo Albuquerque e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.
A confirmarem-se as intenções de voto divulgadas, a moção tem aprovação garantida, o que implica a demissão do executivo.
Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro por suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação.
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